A anunciada ausência de Meghan Markle do funeral do príncipe Philip tem gerado tantas manchetes quanto as homenagens ao quase centenário marido da rainha Elizabeth.
Oficialmente, ela não irá de Los Angeles a Windsor, no interior da Inglaterra, para acompanhar a cerimônia, por recomendação médica.
A duquesa de Sussex está grávida do segundo filho com Harry — dará à luz a uma menina entre maio e junho. Na gestação de Archie, nascido em maio de 2019, teve intensa indisposição. Em julho do ano passado, sofreu um aborto espontâneo.
Os tabloides britânicos, mundialmente conhecidos por publicar fofocas e fake news, afirmam que o motivo do não comparecimento é outro. A ex-estrela do seriado ‘Suits’ teria sido desaconselhada a dar as caras para evitar constrangimento na família real.
Não faltam altezas ainda irritadas com os efeitos bombásticos da entrevista de Meghan e Harry para a apresentadora Oprah Winfrey, em março, no canal americano CBS, com repercussão planetária.
Na conversa, o casal reclamou do descaso da coroa com sua segurança e da falta de apoio à duquesa quando ela apresentou problemas emocionais que a fizeram cogitar suicídio.
Ambos se mostraram ressentidos com a indiferença do Palácio de Buckingham diante da perseguição da imprensa sensacionalista a Meghan e por terem tido a ‘mesada’ cortada.
O que mais incomodou o círculo íntimo da rainha Elizabeth foi a revelação de que alguém do clã agiu com racismo ao questionar o quão escura seria a pele de Archie, que ainda não havia nascido.
Harry se recusou a divulgar a identidade de quem fez o comentário. Uma especialista em monarquia britânica, Lady Colin Campbell, insinuou em vídeo no YouTube que a grosseria saiu da boca da princesa Anne, tia de Harry.
Após a entrevista, parte do mundo passou a ver Meghan como mais uma vítima do implacável sistema da realeza. Tão perseguida quanto foi a sogra, princesa Diana. Outra parte a considera ingrata, encrenqueira e incompatível com a nobreza.
Para esses críticos, a duquesa de Sussex seria uma versão contemporânea de Lady Macbeth, a esposa vilã da tragédia clássica ‘Macbeth’, do dramaturgo inglês William Shakespeare. Na obra, a personagem é uma mulher ambiciosa que exerce influência maligna sobre o marido, o general Macbeth.
Há quem a considere uma nova Yoko Ono, mulher de John Lennon demonizada na mídia. A artista plástica japonesa foi apontada por parte dos fãs como pivô do fim da banda em razão das brigas que teria provocado entre seu marido e os parceiros Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr.
Outra razão para Meghan ter sido persuadida a não aparecer na despedida ao príncipe Philip seria o temor de que roubasse a cena da própria viúva, a rainha. Afinal, a atenção dos jornalistas se voltaria à jovem duquesa na expectativa de uma declaração, um gesto, um imprevisto, uma gafe.
Jornais e TVs de Londres garantem que nenhum veto partiu de Elizabeth. Surpreendentemente, a rígida soberana se mostrou solidária ao neto e sua esposa. Os três conversam ao telefone toda semana, sem mágoas, dizem fontes.
Os furiosos contra Meghan seriam os filhos da rainha: príncipes Charles, Anne, Andrew e Edward. E também funcionários conservadores do alto escalão do reino — gente que não é famosa, mas possui poder nos bastidores.
Como destacou a série ‘The Crown’, da Netflix, há interferência direta de burocratas da monarquia na vida dos membros da família real. Muitas vezes, Elizabeth e seus herdeiros se curvam às recomendações daqueles que trabalham como guardiões das tradições.
Um comunicado informou que Meghan Markle fará homenagem privada ao príncipe Philip, bisavô de seu filho, na mansão da Califórnia onde vive sob forte esquema de segurança custeado do próprio bolso.
A imprensa britânica que detesta a duquesa de Sussex lança uma dúvida: será que Harry voltará o mesmo para os braços da mulher após conviver com os parentes por alguns dias? A nova intriga está no ar.
Em tempo: na peça ‘Macbeth’, a ardilosa Lady Macbeth convence o marido a cometer regicídio. O general Macbeth mata o rei Duncan, a quem servia, e provoca a fuga dos herdeiros. O casal então assume o trono da Escócia. Mas logo a culpa passa a atormentar a rainha. Ela morre por aparente suicídio.
