Rebecca revela que contratantes 'pechincharam' seu show: 'Várias vezes'

Ao Terra, ela revelou que sentiu-se diminuída em negociações por ser mulher e funkeira

13 jul 2025 - 04h59
Resumo
Aos 27 anos, a cantora Rebecca comemora suas conquistas no funk, enfrentando preconceitos e machismo, enquanto ressalta o impacto transformador da música em sua vida e trajetória.
Rebecca, cantora
Rebecca, cantora
Foto: Reprodução Instagram | @rebecca

A cantora Rebecca tem poucos anos de carreira, mas impressiona por suas conquistas. Aos 27 anos, ela tem 301 mil ouvintes mensais no Spotify e 483 mil no Deezer, isso sem contar 3,9 milhões de seguidores no Instagram. Já trabalhou com Anitta, Luísa Sonza, Lexa, Pocah, entre outros expoentes da música brasileira, o que não a isentou de passar por situações desafiadoras. Muito pelo contrário.

“Já ouvi de tudo: que funk não é música, que mulher funkeira não se dá ao respeito, que é só apelação… E sempre vem de quem não vive a realidade [da música], que não entende a história [por trás da musicalidade] e não respeita a vivência do outro”, disse Rebecca, em entrevista exclusiva ao Terra.

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Para Rebecca, não é incomum que contratantes queiram ‘pechinchar’ o valor do cachê em shows de funk. Segundo ela, a incidência é ainda maior se trata de uma artista mulher. “Já tentaram, sim [pechinchar meu show], várias vezes. Eles acham que podem desvalorizar o meu trabalho, como se fosse ‘só funk’ ou ‘só uma mulher no palco’. Ninguém deveria pechinchar; é trabalho, e ninguém pode dar o preço disso. Isso é um reconhecimento."

Rebecca, cantora
Foto: Reprodução Instagram | @rebecca

A cantora entende as tentativas de ‘pechincha’ como um preconceito por parte dos contratantes e não aceitar a redução de cachê é uma forma que encontrou de protestar contra isso.

"Infelizmente, existe muito preconceito com o funk, mas a diferença é que hoje estamos ocupando todos os espaços e quebrando portas cada vez mais, mostrando que, sim, o funk é potência [...] Mas isso foi e sempre é uma batalha diária, porque além do preconceito [musical] a gente bate de frente com o machismo, e isso me torna mais forte para eu pegar as rédeas da minha vida e me posicionar perante minha carreira."

Natural do Morro São João, no Rio de Janeiro, Rebecca foi criada por seus tios maternos. Ela foi abandonada pelo pai quando ainda estava sendo gestada, e sua mãe foi presa por roubo quando ela era apenas uma recém-nascida. Na época, chegou a ficar sob a jurisdição do Conselho Tutelar até o sexto mês de vida, quando foi definida sua guarda.

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Rebecca, cantora
Foto: Reprodução Instagram | @rebecca

Questionada sobre como o funk mudou sua vida, ela não mede palavras para falar sobre como a música atuou como ‘agente salvador’ de sua realidade. A cantora também aproveita para rebater críticas do público que associam funk a apologia ao crime.

“O funk mudou tudo! O funk me deu voz, me deu oportunidades, me deu e me mostrou que eu podia conquistar o mundo [...]. E antes de criticar, escuta. Estuda a raiz, entende a favela. O funk é retrato de uma realidade que muitos ignoram, mas que hoje ocupa espaços inimagináveis.”

Fonte: Redação Terra
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