Remake espanhol de "Vale Tudo", dirigido por Wolf Maya, revelou o mordomo Eugênio como assassino de Odete Roitman; diretor também relatou ter "dirigido" um assalto que sofreu em casa.
O remake de Vale Tudo (Globo) ainda está longe do fim, mas, se existe uma certeza, é: Odete Roitmann (Débora Bloch) será assassinada. Na noite de quinta-feira, 21, o diretor de novelas Wolf Maya relembrou o remake espanhol que fez da trama de Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères.
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“Eu fiz muitos remakes e transformei alguns. Mulheres de Areia, por exemplo: eu dobrava [a imagem] da Glória Pires, foi um sucesso em todos os lugares. Fazia ela batendo em si mesma na câmera, em externa, andando na praia de mãos dadas”, comentou ele, durante o Conversa com Bial (Globo), ao ser questionado sobre a versão espanhola de Vale Tudo. “Eu fiz de boa gente, com produção da Telemundo.”
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Na época, Vale Tudo já havia se consagrado como um estrondoso sucesso, e a ideia da emissora mexicana era repetir os bons números na América Latina. Entretanto, o projeto, chamado de Vale Todo, se tornou um dos maiores fracassos da carreira de Wolf. Segundo ele, muitos fatores contribuíram para isso.
“Primeiro, eram línguas diferentes. Depois, teve um erro na Telemundo: todos os personagens já chegaram escalados. Quando eu cheguei no hotel, em Copacabana, eles falaram: ‘Essa aqui é Maria de Fátima, essa é a Odete, essa é fulana…’. Todos falavam espanhol, mas não a mesma variação da língua”, relembrou o diretor.
“Vai conversar com uma filha do México e uma mãe do Paraguai. Quando bateu a língua, a prosódia, eram sotaques diferentes. Eu precisei achar um acento único para me comunicar com eles, porque era como se fossem ‘parentes’ que falavam de forma diferente. Eu peguei a coisa andando e aí tentamos fazer. Nessa versão, quem matou foi o mordomo, o Eugênio”, revelou.
Questionado se tem algum palpite sobre o assassino da vilã no remake de Manuela Dias, Wolf não arriscou, mas elogiou a autora. “Não tenho a menor ideia, mas acho a Manuela Dias tão genial... Ela tem toda uma autoria particular no Vale Tudo dela, que acredito que será surpreendente cada vez mais. Uma mulher de coragem, brilhante.”
Wolf Maya “dirigiu” assalto em casa
Ainda durante a entrevista, Wolf Maya falou sobre um assalto que sofreu em sua residência. Na época, ele disse ter usado suas habilidades de direção para conduzir a situação de forma menos agressiva e traumática.
“Nunca tinha passado por isso. Estava voltando de um ensaio na Grande Rio, estava todo mundo lá em casa para pegar seus respectivos carros, foi na casa do Morro do Joá. Só pensei na minha filha, Manoela, quando eles invadiram. Depois de trancar minha filha no canil, porque lá ninguém ia mexer com ela, lembro que a gente teve que dirigir o assalto”, disse ele.
A situação piorou com a chegada da polícia, pois os assaltantes ficaram agitados. “Chegou a polícia… eles só deram trabalho, porque fazem barulho. Eu tinha controlado os assaltantes, que tinham colocado a arma na minha boca, mas um amigo nosso foi pro closet e ligou pra polícia. Aí o cara tremia com a arma na minha boca. Eu tive que dirigir a polícia, gritava: ‘Estamos sob controle, estamos descendo, não atirem’. Quando a polícia deu um tiro, quebrou toda a harmonia do assalto. Eu borrei o tempo inteiro, mas tinha que dirigir, era uma emoção maior. Se eu fraquejasse ali… acabou dando certo. Eles foram embora e acabaram sendo encontrados depois, lá na Rocinha.”
