Roberto Justus foi o convidado do ‘Pânico’, da Jovem Pan, na segunda-feira (27). O apresentador de ‘O Aprendiz’ e ‘A Fazenda’ analisou a derrota de Jair Bolsonaro na eleição de 2022.
“Quem entregou o Brasil para a direita, para o Bolsonaro, foi Lula e o PT, com tudo o que eles fizeram no passado. Quem devolveu o Brasil para Lula e o PT foi Bolsonaro, com as bobagens que ele fez e disse.”
Na avaliação do premiado publicitário, a reeleição escapou por pouco. “Tava ganho (o segundo mandato), se tivesse administrado melhor. Já tive a chance de falar isso para ele pessoalmente.”
Justus aponta o discurso radical e isolacionista como o maior erro cometido por Bolsonaro. “Ele bateu no início, precisava quebrar a espinha dorsal do problema endêmico de corrupção. Já foi, tem de ser presidente de todos os brasileiros, assumir como estadista.”
O apresentador condena a cruzada pessoal de Bolsonaro contra a Globo e a imprensa em geral.
“Para de bater na mídia. A mídia tem de estar ao seu lado, não contra você. Botar anúncio na Rede Globo se quiser mostrar tudo o que você fez. Elencar tudo o que fez. Ninguém sabe, (ele) não anunciou. Quer brigar com o veículo. Trump bateu na imprensa quatro anos, não foi reeleito. Falei para ele: ‘não vai ser reeleito’. Não foi reeleito.”
Integrantes do ‘Pânico’ questionaram se o presidente aceitou bem as críticas. “Levou na boa, ele é muito querido, uma pessoa simples, só que ouve pessoas erradas. Tem gente errada influenciando ele, Carluxos da vida, que são belicosos, querem bater em todo mundo.”
Carluxo é o apelido de Carlos Bolsonaro, o filho 02, vereador na cidade do Rio de Janeiro e responsável pela campanha eleitoral do pai dele nas redes sociais.
Para o apresentador, Bolsonaro errou ao não suavizar o discurso a fim de conquistar mais votos. “A mulher brasileira, 53% do eleitorado, não quer gente machista, andando de moto, batendo e xingando, levantando placa de Globolixo. O que é isso? A Globo é uma emissora maravilhosa.”
“Mais ou menos”, interveio Emílio Surita, líder do ‘Pânico’. “Também não é assim, não. Você vem aqui falar bem da Globo! Ah, não vem, não!”
Justus insistiu em elogiar o principal canal de TV da família Marinho. “Tem que admirar uma emissora dessa. Eu não admiro todos os jornalistas que estão lá, não concordo com a opinião de todos que estão falando lá. Estou falando de um veículo competente que criou o nosso mundo da publicidade e da televisão, ditado pela competência da Rede Globo. Não tem como negar isso”, disse.
“Todos os outros veículos vieram e fizeram um trabalho depois da Rede Globo e estão aí. Não pode um presidente da República querer bater num veículo desnecessariamente.”
Apesar de atacar a Globo do início do fim do mandato, e até ameaçar tirá-la do ar, Jair Bolsonaro renovou as cinco concessões públicas da TV por 15 anos. O decreto foi assinado faltando 11 dias para ele deixar a Presidência.
Confira a opinião de Roberto Justus a respeito de Bolsonaro a partir de 3:50 do vídeo abaixo.