O filme "Guerreiras do K-pop", animação da Netflix, tornou-se um fenômeno global em 2025, combinando música, mitologia, estética pop e sucesso estrondoso nas paradas, consolidando o K-pop como força cultural mundial.
O filme “Guerreiras do K-pop” ("K-pop Demon Hunters"), animação da Netflix dirigida por Maggie Kang e Chris Appelhans, tornou-se um dos maiores fenômenos culturais de 2025. A trama acompanha Huntr/x, um trio feminino formado por Rumi, Mira e Zoey que, além de viver sob os holofotes como ídolas do K-pop, leva uma vida secreta como caçadoras de demônios, herdeiras de uma linhagem mágica responsável por proteger seus fãs e o mundo das trevas.
O maior desafio surge quando elas precisam enfrentar o grupo rival Saja Boys, que na verdade são demônios disfarçados e utilizam sua música para manipular corações e roubar almas. Misturando ação, humor, mitologia coreana e estética inspirada em videoclipes, K-dramas e animes, o filme apresenta uma narrativa vibrante que aborda identidade, amizade, responsabilidade e os dilemas do estrelato, tudo embalado por uma produção visual sofisticada.
O sucesso, no entanto, ultrapassou a tela. A trilha sonora do longa explodiu nas plataformas digitais e chegou rapidamente às paradas mundiais, estreando no Billboard 200 em oitavo lugar e alcançando a terceira posição, um feito raro para uma animação.
No Spotify Global, sete músicas figuraram entre as vinte mais ouvidas, com destaque absoluto para “Golden”, interpretada pelo grupo Huntr/x, que se tornou um verdadeiro hino de 2025. Já “Your Idol”, single dos Saja Boys, rivalizou com a popularidade da faixa principal e chegou ao topo do Spotify nos EUA, reforçando a ideia de que os grupos virtuais do filme acabaram se transformando em ídolos reais para milhões de fãs.
O impacto cultural foi imediato: a animação se tornou a produção original de maior audiência da Netflix, com mais de 26 milhões de visualizações em seis semanas e presença no Top 10 em mais de 90 países. O fenômeno gerou sessões especiais “Sing-Along” em cinemas, com plateias cantando e dançando como em verdadeiros shows de K-pop, e até o Empire State Building foi iluminado em homenagem ao sucesso da estreia. Críticos ressaltaram como a obra conquistou públicos de todas as idades, combinando música contagiante, mitologia, representatividade asiática e estética pop global.
Assim, “Guerreiras do K-pop” não só se tornou um marco de popularidade para a Netflix, como também consolidou a força do K-pop como fenômeno cultural global, unindo música, mitologia e entretenimento em um produto capaz de dialogar com fãs de todas as partes do mundo.
(*) Rodrigo James é jornalista, criador de conteúdo e publica semanalmente a newsletter MALA com notícias, críticas e pensatas sobre cultura pop e entretenimento.