Universidade de Hong Kong testa professores feitos por inteligência artificial

A iniciativa busca suprir a demanda de profissionais e diversificar a experiência educacional, mas levanta questões sobre credibilidade

13 mai 2024 - 12h32
(atualizado às 14h35)
Foto: Freepik/lifestylememory

A Universidade de Ciência e Tecnologia de Hong Kong (HKUST) está testando “professores” feitos por inteligência artificial (IA). Os estudantes utilizam capacetes de realidade virtual (RV) para participar de uma aula de teoria de jogos apresentada por uma IA de Albert Einstein.

Em entrevista à Agence France-Presse (AFP), o docente responsável pelo projeto, Pan Hui, disse que essa ferramenta pode colaborar para suprir a atual falta de profissionais em diversos países.

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Além disso, ele afirma que os professores gerados por IA também conseguiriam trazer mais diversidade e uma narrativa imersiva para as salas de aula.

A expansão do IA e suas ferramentas, como o próprio ChatGPT, fez trouxe mais expectativa no aumento de qualidade e produtividade no ensino, mas também trouxe preocupações sobre possíveis erros, fraudes ou até mesmo substituição completa.

No curso "Redes Sociais para Criativos", os professores gerados por IA abordam temas como tecnologias imersivas e o impacto das plataformas digitais para 30 alunos.

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De acordo com a AFP, após o upload do conteúdo do curso no programa da universidade, os docentes de IA são gerados, com todos seus aspectos – aparência, voz e mais – são personalizados. Eles podem aparecer em tela ou no capacetes de RV dos alunos.

O curso é híbrido, já que o professor Hui também ensina as aulas, mas ele garante que a IA o livrou das tarefas mais difíceis.

Questões de credibilidade

Lerry Yang, estudante de doutorado, disse à AFP que a combinação de ambientes reais e virtuais, em conjunto com a personalização, melhoraram sua aprendizagem. Yang afirma que se ela sentir que o professor gerado por IA parecer mais amigável e acessível, a distância entre os dois diminui. 

Inicialmente, a maioria das universidades de Hong Kong tinham um pé atrás em relação ao uso de IA, mas acabaram optando por autorizar os alunos a usarem a IA com algumas condições no ano passado.

Alguns docentes ainda preferem limitar o uso de IA em sala, enquanto outros a utilizam para identificar plágio.

No curso piloto, Hui consegue experimentar com a personalização, optando por criar avatares de diferentes gêneros e origens étnicas. Além disso, ele usa a aparência de acadêmicos famosos e altamente reconhecidos, como o economista John Nash e até mesmo o próprio Einstein.

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Christie Pang, estudante de dourado em mídia criativa, que colabora no projeto com Hui, afirma que outros tipos de personagem, como de desenhos animados, não ajudaram tanto. Ela explicou à AFP que os alunos não sentiam credibilidade nesses tipos de avatares.

Hui também ressaltou que no futuro, os professores feitos de IA podem se tornar mais confiáveis que os humanos, mas destaca a importância da coexistência entre ambos. Há um elemento de inteligência emocional, criatividade e pensamento crítico que só os professores universitários de carne e osso podem oferecer, na visão dele.

Outra docente da Universidade de Hong Kong, Cecilia Chan, conduziu uma pesquisa com mais de 400 estudantes no ano passado, e a maioria deles expressou preferência por pessoas reais, já que esses professores oferecem experiências com o mundo real, assim como feedbacks e a demonstração de empatia, aspectos que ainda não podem ser replicados pela IA.

Fonte: Redação Byte
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