Estudo revela índices de césio a 500 quilômetros de Fukushima

15 nov 2011 - 02h10
(atualizado às 02h43)

Um estudo realizado por pesquisadores internacionais revela indícios de césio radioativo, em níveis inferiores aos limites de segurança, em áreas situadas a mais de 500 km da usina nuclear de Fukushima, informou nesta terça-feira o canal de televisão pública NHK. O estudo, do qual participaram três pesquisadores japoneses, simula a propagação do material radioativo e o compara com amostras tomadas no solo e nas plantas durante um mês a partir do dia 20 de março, nove dias depois do início da crise nuclear na central de Fukushima Daiichi.

Os resultados sugerem que restos de césio-137, um material radioativo com uma vida média de 30 anos, teriam chegado a um nível de 250 becquereles por quilo em algumas zonas da ilha de Hokkaido e uns 25 becquereles por quilo nas áreas montanhosas das regiões de Chugoku e Shikoku, segundo a NHK.

O estudo, publicado na revista americana "Proceedings of the National Academy of Sciences", detalha que o césio poderia ter se acumulado ali por causa da chuva e assinala que os níveis detectados não requerem descontaminação. No entanto, advertem que seria necessário descontaminar áreas da província de Fukushima próximas à central, onde os limites de césio estariam acima dos considerados seguros para o cultivo.

O estudo coincidiu com o anúncio de um grupo de cientistas e veterinários japoneses que analisarão a radiação no gado da zona de exclusão decretada pelo Governo em um raio de 20 km da usina de Daiichi. Segundo os pesquisadores, 3,5 mil cabeças de gado pastam selvagens em Minamisoma depois que os criadores evacuaram a zona depois do pior acidente nuclear dos últimos 25 anos.

O grupo capturou 70 vacas para analisar seus índices de contaminação radioativa e obter dados que permitam calcular o impacto da radiação nos alimentos e o grau de exposição nos seres humanos.

A crise atômica no Japão começou em 11 de março deste ano
A crise atômica no Japão começou em 11 de março deste ano
Foto: AP
  
Fique por dentro das principais notícias
Ativar notificações