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Crise no Oriente Médio agrava instabilidade

O valor de US$ 33,80 do barril de petróleo tipo Brent - registrado no fechamento do mercado de Londres em 12 de outubro -, representa o recorde desde a Guerra do Golfo, em 1990, superando inclusive a alta de 20 de setembro, quando o mercado levou o maior susto da década quanto ao preço do petróleo. A crise no Oriente Médio que voltou a desestabilizar no início de outubro os mercados em geral e, principalmente, o preço do petróleo, estourou num momento em que a situação parecia estar se normalizando.

O planeta teme que se esteja vivendo uma crise tão forte como às que abalaram os mercados nas crises de 1973, 1979 e 1990. O Fundo Monetário Internacional (FMI) já começa a admitir a aceleração da inflação e uma redução significativa do crescimento econômico mundial. Inicialmente, ao contrário do que ocorrera nas crises passadas, a alta de tinha mais relação com o aumento da demanda e a falta de estoques do que com tensões decorrentes de conflitos entre países do Oriente Médio e potências ocidentais. Com o conflito entre israelenses e palestinos, a situação deve se agravar ainda mais.

Um dos fatores que levou à alta recorde de setembro foi a redução inesperada de 0,7% - ou 2,04 milhões de barris - do nível das reservas de petróleo nas refinarias norte-americanas. A queda surpreendeu os investidores - que esperavam uma redução de 200 mil ou, no máximo, 500 mil barris. Nem as declarações do secretário-geral da Opep, Rilwanu Lukman, de um possível aumento de 800 mil barris diários se o preço se mantivesse acima dos US$ 28 freou o nervosismo do mercado.

Na avaliação do presidente da Opep, Alí Rodriguez, uma elevação do preço do barril para US$ 40 levaria a uma "situação de emergência". Segundo ele, os atuais níveis de preço do petróleo são "preocupantes". Especialistas prevêem que, a curto prazo, o preço do barril não deve cair abaixo de US$ 30.

Para os países importadores de petróleo , a estagnação da economia e o aumento da inflação são apenas algumas das muitas conseqüências negativas decorrentes de uma crise mais prolongada.

A origem da crise

Embora em setembro o presidente iraquiano, Saddam Hussein, tenha sido novamente citado como um dos responsáveis pela crise - ao acusar o Kuwait de roubar seu petróleo -, desta vez ele não tinha muita possibilidade de abalar os mercados como fez no início da década. Para analistas internacionais, Saddam estava apenas aproveitando a proximidade das eleições nos Estados Unidos, em novembro, para promover polêmica. Diversos outros fatores deram origem ao atual descompasso entre oferta e demanda de petróleo e levaram à alta dos preços, agora agravado pelos novos conflitos entre israelenses e palestinos, no Oriente Médio, que pode ter como conseqüência a interrupção dos fluxos de exportação da região:

Produção
Segundo o presidente da Opep e ministro de petróleo da Venezuela, Ali Rodriguez, os países da organização estão próximos do limite de sua capacidade de produção. Um dos sinais disso seria a forma de exploração de petróleo, que ocorre a profundidades cada vez maiores.

Impostos
Os países da Opep são unânimes em afirmar que os altos impostos aplicados ao petróleo pelos países consumidores industrializados são responsáveis pela alta dos preços. "Não há relação entre o valor material do barril de petróleo e o preço que o consumidor paga pela gasolina", disse o presidente da Venezuela, Hugo Chávez.

Transporte e refino
Com as novas e severas disposições de segurança para o transporte marítimo de petróleo, há poucos petroleiros que se ajustam a todas as novas especificações. Além disso, os produtores apontam gargalos no refinamento do petróleo.

Especulação
Grandes fundos de investimentos estão comprando papéis ligados a petróleo, o que contribui para a trajetória de alta. As refinarias também têm seu papel na alta, pois não trabalham com estoques muito grandes, para fugir de prejuízos com a queda da cotação do petróleo.


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