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Francisco França não poderia imaginar, mas ao realizar, no início dos anos 90, uma mistura de soul, funk e hip-hop com maracatu, ciranda, coco-de-roda e outros ritmos regionais, estava, na verdade, inventando a fórmula da longevidade artística. Hoje, três anos após sua morte, provocada por um acidente automobilístico no dia 2 de fevereiro de 1997, sua música continua pra lá de viva, influenciando artistas no Brasil e em outros países e colaborando para desenhar as feições do som do terceiro milênio. Da paulista Mercado de Peixe às cariocas Pedro Luiz e a Parede, Rappa e Planet Hemp, passando pela mineira Skank, a alagoana Doutor Charada e a escocesa Bloco Vomit - uma das atrações da próxima edição do Abril Pro Rock - muitas são as bandas que reconhecem em seus trabalhos os efeitos da poção mágica criada pelo feiticeiro de Rio Doce, bairro periférico de Olinda, que, com o nome artístico de Chico Science, seria considerado pela crítica mundial o principal divisor de águas do pop internacional desde o aparecimento de Bob Marley, na década de 70. Passados três anos do desaparecimento de Chico Science, que agora em 2000 estaria completando 34 anos, qual a importância do seu legado artístico para a história da música pop internacional e, principalmente, para a antigamente chamada "linha evolutiva da música popular brasileira"? Para responder essa pergunta, a Manguenius colheu depoimentos de pessoas que conviveram com o artista durante diversas etapas de sua vida e atuam em diferentes setores relacionados com a cultura musical do Estado. Escreveram sobre Chico o jornalista Renato L, um dos ideólogos do Mangue e parceiro de Fred 04 na redação dos manifestos dos movimento; o cantor e compositor Silvério Pessoa, do Cascabulho, um dos grupos mais representativos da atual cena pernambucana; o organizador do Rock na Praça, Pedro Mendes, que desde o início envolveu-se com o Mangue Bit; o músico e produtor Zé da Flauta, integrante da Manguenius e proprietário do Studio Plug, onde Chico Science realizou a sua última gravação: um jingle , com música e letra suas, em homenagem a Pernambuco. A obra foi gravada no dia 19 de janeiro de 1997, quinze dias antes do falecimento do artista.
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