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Pernambuco, ao longo de sua história, tem sido um motor propulsor de muitas transformações, tanto no plano político como no cultural. Vejo Chico Science como o bico de foguete de novas mudanças, ocorridas no plano musical, tanto a nível estadual, como nacional e internacional. Sua fórmula de fazer arte, embora ousada e vanguardista, era também das mais simples. Chico costumava dizer: "Faz o que tu és, que dá certo". É essa autenticidade, essa busca sistemática da verdade do indivíduo e do mundo em que ele habita, uma de suas maiores contribuições, servindo de lição para muitos artistas que formam a atual cena musical pernambucana. O Cascabulho vai exatamente por aí. A gente assumiu uma postura étnica, voltando-se para a auto-afirmação e transformando em matéria-prima para o nosso trabalho a rica diversidade cultural do Estado. Isso sem voltar as costas para o que existe de bom no resto do mundo. Um dos grupos onde essa postura torna-se também bastante visível é, obviamente, o Nação Zumbi, que voltou a produzir e a atuar com todo talento e criatividade. Aconteceu com o Mangue, sem Chico, o mesmo que aconteceu com o reggae, sem Bob Marley. Uma grande semente foi plantada e bons frutos continuarão sendo colhidos por muito tempo.
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