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Ex-vendedor de sorvete chega na Nike com ilustrações periféricas

Manolima, como o ilustrador é conhecido, representa a quebrada em suas artes e já realizou projetos para diversas marcas famosas

6 set 2022 - 14h44
(atualizado às 19h01)
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Foto: Instagram @manolimaa

“Minha arte é um protesto também. Marginalizam quem é de quebrada, mas através da arte eu quebro esse esteriótipo”. Essa fala é de Guilherme da Lima Moisés, conhecido como Manolima, de 20 anos, destaque na web com ilustrações que fortalecem a cultura, a vivência e a representatividade das periferias brasileiras.

Manolima, cria de Jacareí, interior de São Paulo, conta ao Visão do Corre que sempre foi adepto aos desenhos animados e, a partir disso, passou a almejar que suas artes fizessem parte dessas grandes produções. O jovem passou a produzir suas artes no papel e logo foi para o digital, quando ilustrou o uniforme do colégio onde estudava.

Mas o ilustrador também lembra que sua trajetória não foi fácil. Manolima vendeu sorvetes e camisas de times para manter vivo o sonho de viver da sua arte. E foi com o dinheiro das suas vendas que ele conseguiu comprar a sua primeira mesa digitalizada para produzir suas ilustrações. 

“Até hoje, se precisar de uma renda extra, eu vendo sorvete. Sempre fui do corre. Mas hoje eu vivo só da ilustração”, contou Lima, que também revelou qual a importância da sua família no seu trabalho. “Minha mãe sempre apoiou, meu pai tinha um pé atrás. Mas porque ele vem de uma criação que exige carteira de trabalho assinada, tudo isso que estou vivendo era bem novo para ele. Hoje a aceitação é 100%”. 

Ele se inspirou e se identificou com ilustradores como Calvet Arts, Alencar – o “Muito Cria” –, e Edu Ribeiro para seguir sua caminhada com a arte. “São astistas com a mesma vivência que a minha, com a mesma origem. Com ideias similares. Isso me dá força e ânimo para continuar”. 

O ilustrador também participou do PerifaCon 2022 e exibiu seus trabalhos ao lado de outros artistas independentes da quebrada. Além disso, foi convidado para fazer uma releitura da obra do ilustrador japonês Hajime Sorayama em um contexto periférico, com tênis Mizuno.

Mano também coleciona grandes conquistas recentes com seus trabalhos. Neste ano, fez uma ilustração em parceria com o Vulgo RX para o canal de TV TNT Sports, para a Libertadores, representando o “clássico das favelas”, entre Corinthians x Flamengo. 

Foto: Instagram @manolimaa

O jovem também representou a marca esportiva Nike no projeto Jaguar Parade, ONG que luta pela preservação da onça-pintada. Mas Manolima quer ir ainda mais longe com sua arte. “Quero lançar uma coleção de tênis da Nike. Desejo trabalha na Disney, um dia poder levar minha família no cinema e no final do filme ter meus créditos em uma animação”.

O ilustrador também conta que a arte tem lhe ajudado ainda mais em projetos pessoais. “Consegui minha independência financeira. Hoje enxergo a arte e artistas de outras formas, através do meu trabalho. Valorizo minhas raízes. Trabalhar com representativa é um peso, mas para quem não vive, para quem não tem uma raiz. Hoje me sinto orgulhoso. 

Fonte: Redação Terra
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