Viajar está mais caro e apenas 19,3% dos brasileiros fazem turismo
Em 2024, o turismo brasileiro teve uma queda de 0,5%, com relação ao ano anterior [...]
Divulgado no início de outubro pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o módulo de Turismo da PNAD (Turismo da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) traz dados reveladores sobre os hábitos dos brasileiros que viajam.
Em 2024, a proporção de domicílios em que pelo menos um morador declarou ter viajado foi de 19,3%, uma queda de 0,5%, com relação ao ano anterior. Já em 2020, em plena pandemia de Covid-19, o número foi de 13,9%.
Cerca de 85,5% das viagens citadas (44,6% para sol e praia) foram realizadas com finalidade pessoal, cujo principal motivo foi o lazer, representando 39,8% delas, seguido por visita ou evento de familiares e amigos (32,2%). As viagens com finalidade profissional representam 14,5%, sendo que 82,7% delas eram para negócio ou trabalho e 11,8% eventos e cursos para desenvolvimento profissional.
Com relação aos gastos com pernoite, em 2024, foram registrados R$ 22,8 bilhões, um aumento de 11,7%, em relação a 2023. O maior aumento dos gastos foi em famílias com rendimentos de meio a menos de 1 salário mínimo (8,7%).
"Tivemos o mesmo número de viagens e um gasto maior, o que significa que viajar está mais caro ou, então, as pessoas estão fazendo viagens mais caras", comenta o analista da pesquisa, William Kratochwill, em nota divulgada pelo IBGE
Os números do turismo brasileiro
Em 2024, assim como em 2023, foram registradas 20,6 milhões de viagens, ante 12,1 milhões em 2021 e 13,4 milhões em 2020.
Verificou-se também uma leve alteração em relação à finalidade das viagens: em 2020, 85,1% das viagens ocorreram por finalidade pessoal; em 2021, o percentual foi de 85,4%; em 2023, foi de 85,8% e em 2024 foi de 85,5%, incluindo viagens nacionais e internacionais.
A maior parcela dos domicílios em que houve viagem (4,48 milhões ou 29,8%) se encontra na faixa de rendimento domiciliar per capita de 1 a menos de 2 salários mínimos, cuja principal finalidade da viagem foi o lazer (7,0 milhões ou 39,8%), seguido por visita ou eventos de familiares e amigos (5,67 milhões, ou 32,2%).
Independentemente de motivos pessoais ou profissionais, o maior percentual de hospedagens continua sendo casa de amigo ou parente.
Nas viagens com à Região Sudeste, o gasto total foi de R$ 8,7 bilhões, seguido do Nordeste (R$ 7,4 bilhões) e Sul (R$ 4,1 bilhões). As Regiões Centro-Oeste e Norte apresentaram os menores gastos totais, com R$ 1,7 bilhão e R$ 978,0 milhões, respectivamente.
Entre as regiões, os destinos que registraram os maiores gastos médios com viagens foram Nordeste (R$ 2.523), Sul (R$ 1.943) e Centro-Oeste (R$ 1.704), seguidas pelas regiões Sudeste (R$ 1.684) e Norte (R$ 1.263).
Quanto à origem, os maiores gastos estavam entre viagens saindo da Região Centro-Oeste (R$ 2.182), Sudeste (R$ 2.128) e Sul (R$ 1.787), seguidas por Norte (R$ 1.451) e Nordeste (R$ 1.206).
Como destino, Alagoas (R$ 3.790) foi o estado que apresentou o maior gasto médio no país. Já o Distrito Federal apresentou os maiores gastos médios com viagens de origem, com R$ 3.090.