Passeios de carruagem em ruas de Nova York podem estar com dias contados
Os passeios em carruagens puxadas por cavalos em pleno asfalto em Nova York podem estar com os dias contados devido a um acordo entre a prefeitura e os condutores que limitou a circulação delas no Central Park.
A medida começará a valer em junho, com a diminuição do número de cocheiros. Os que ficarem deverão trabalhar por no máximo nove horas com o animal. As novas regas, no entanto, não satisfizeram de todo o prefeito Bill de Blasio, que pretendia acabar de vez com as carruagens, por considerar a tradição "desumana" e afirmar que os bichos "trabalham" em "condições totalmente inapropriadas".
Porém, para os cocheiros, a ideia não foi bem-vinda.
"É uma regra sem sentido. Os cavalos estão bem, saudáveis e têm até semanas de férias", explicou à Agência Efe Jordan, que não quis revelar seu sobrenome e há mais de três anos trabalha "proporcionando felicidade" aos que decidem passear pela cidade neste veículo centenário.
Ele reprovou a atitude dos sindicatos. "É uma pena que nem todos possam opinar sobre isso. Veremos como nos afetará futuramente", disse, antes de atender um casal e os três filhos que aguardavam para subir a bordo de sua reluzente carruagem.
Apesar do frio que faz na cidade nesta época do ano, a atividade não para. Não importa se é dia útil ou fim de semana: as carruagens estão lá.
Um pouco relutante, outro condutor criticou a decisão: "É com isso que ganhamos a vida e querem nos tirar?", questionou, enquanto amarrava o cachecol.
Mas nem tudo é má notícia para esses profissionais. As bicicleta-táxi deixarão de circular pela metade sul de Central Park para dar mais espaço aos cavalos, e os cocheiros poderão aumentar a tarifa em datas comemorativas como Natal, São Valentim (Dia dos Namorados em alguns países como os EUA) e Páscoa.
Também será construído um estábulo dentro do parque, condição inegociável para os condutores aceitarem a nova regra. A previsão é de que o local seja inaugurado em 2018.
O acordo, anunciado recentemente, ainda não é de conhecimento de todos os nova-iorquinos e surpreendeu alguns que passeavam pelo Central Park, mais vazio por conta das baixas temperaturas.
Kate, que vive em um bairro nobre próximo ao parque, aplaudiu a decisão.
"Fico feliz. É perigoso os cavalos andarem no meio dos carros. Se circularem apenas pelo parque, todos sairão ganhando, inclusive os pobres animais, que ficarão mais tranquilos", defendeu.