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Mãe é culpada por medo de dentista dos filhos, diz estudo

Segundo um estudo espanhol, elas são capazes de transmitir os mais altos níveis de medo para as crianças

8 jul 2016 - 08h00
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Você cresceu tendo medo de dentista? Talvez a grande culpada disso tudo seja sua mãe; pelo menos é o que diz uma pesquisa feita pela Universidade do Rei Juan Carlos, em Madrid.  Segundo esse estudo, as mães são capazes de transmitir os mais altos níveis desse tipo de medo o que, inevitavelmente, acaba atingindo os filhos. 

É obrigação dos pais se conscientizar de que a associação de dentista e dor é coisa do passado e evitar que seus medos sejam perpetuados para os pequenos
É obrigação dos pais se conscientizar de que a associação de dentista e dor é coisa do passado e evitar que seus medos sejam perpetuados para os pequenos
Foto: Ermolaev Alexander / Shutterstock

O estudo, que foi publicado no International Journal of Paediatric Dentistry, analisou 183 crianças com idades entre 7 e 12 anos e seus pais. Todos receberam questionários para classificar seus medos em relação a vários temas médicos, inclusive claro, às consultas odontológicas. 

Ao fim desse processo, os cientistas perceberam duas coisas: a primeira é que quanto maior o nível do medo de dentista de uma pessoa da família, maior será o medo da criança. E a segunda é que são as mães que transmitem os níveis mais altos desse medo. 

Injustiçadas?

Para Ana Paula Pasqualin Tokunaga, cirurgiã-dentista e autora do blog Medo de Dentista, antes de fazermos julgamentos mais pesados contra as mães, é preciso analisar melhor a realidade atual para entender os resultados. 

“As mulheres, de forma geral, têm mais facilidade em admitir que sentem medo, enquanto os homens tendem a negar. Não bastasse isso, é preciso considerar que no contexto machista em que vivemos a responsabilidade pela criação dos filhos, perante a sociedade, cai quase que por completo sobre a figura da mãe, embora isso, felizmente, venha mudando. Também, creio que ainda são as mães que levam mais os filhos às consultas ao dentista”, diz a especialista. 

Pais unidos e sem medo

No entanto, algumas pessoas mais velhas realmente ainda associam as visitas ao dentista a dor por causa dos antigos tratamentos odontológicos que priorizavam a extração do dente e não a prevenção de problemas bucais. Mas esse fato é coisa do passado e é obrigação dos pais se conscientizar disso e evitar que seus medos sejam perpetuados para os pequenos. 

“Se ir ao dentista é algo natural para os pais, um hábito, via de regra será para a criança. Já se ir ao dentista, no contexto de uma família, significa um evento excepcional gerado por uma situação de urgência, a imagem do dentista sempre será associada à dor e nunca à saúde”, diz Ana Paula. 

Dicas para uma consulta feliz

Segundo a Associação Dental Americana (ADA), para tornar a visita ao dentista das crianças mais agradável os pais devem: 

- Marcar a consulta na parte da manhã que é quando as crianças tendem a estar mais descansadas e tranquilas.

- Guardar a ansiedade e preocupação para si e enfatizar o lado positivo do momento, pois os pequenos captam as emoções negativas e postivias.

- Nunca usar a consulta com o dentista como punição ou ameaça.

- Nunca subornar a criança. 

- Conversar e explicar para o seu filho tudo sobre a consulta.

“Associar a ida ao dentista com castigo é o maior erro que um pai e uma mãe podem cometer com relação a esse assunto, um erro que marcará a vida dos seus filhos para sempre”, diz Ana Paula. 

Dentista também deve ajudar

O dentista também pode colaborar nessa missão para eliminar antigos medos. “É dever do dentista se apresentar como alguém que está ali pra ajudar, não para punir. A criança precisa entender, desde o primeiro contato com o odontopediatra, que ele é um amigo, alguém que quer oferecer saúde e bem-estar e não dor e incômodo. O dentista precisa ter calma, paciência, respeitar o tempo da criança e, se possível, transformar a consulta numa experiência divertida e que desperte seu interesse”, diz a especialista. 

A prevenção é fundamental pra se interceptar problemas como cárie e gengivite ainda em estágio inicial. “Assim, evitamos que essas doenças cheguem a causar danos mais sérios, intervenções mais longas e invasivas. Ou seja, menos medo e mais saúde”, finaliza a especialista. 

Fonte: Agência Beta Este conteúdo é de propriedade intelectual do Terra e fica proibido o uso sem prévia autorização. Todos os direitos reservados.
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