Perimenopausa: a fase invisível que transforma o corpo feminino
A perimenopausa é uma fase de transição na vida reprodutiva da mulher que antecede a menopausa. Nesse período, o organismo começa a reduzir gradualmente a produção de hormônios, principalmente estrogênio e progesterona, o que pode provocar alterações no ciclo menstrual e em diferentes áreas da saúde. A duração e o início dessa etapa variam bastante […]
A perimenopausa é uma fase de transição na vida reprodutiva da mulher que antecede a menopausa. Nesse período, o organismo começa a reduzir gradualmente a produção de hormônios, principalmente estrogênio e progesterona, o que pode provocar alterações no ciclo menstrual e em diferentes áreas da saúde. A duração e o início dessa etapa variam bastante entre mulheres, mas especialistas apontam alguns padrões observados na prática clínica.
De forma geral, a perimenopausa não começa de um dia para o outro. Ela se instala de maneira progressiva, com sinais que muitas vezes são confundidos com estresse, cansaço ou mudanças naturais da idade. Ciclos menstruais irregulares, ondas de calor, alterações de sono e mudanças de humor estão entre os sintomas mais frequentes, embora nem todas apresentem o mesmo quadro.
Perimenopausa: quando começa essa transição hormonal?
A perimenopausa costuma ter início entre os 40 e 45 anos, de acordo com sociedades médicas de ginecologia e endocrinologia. Porém, há registros de mulheres que apresentam sinais discretos por volta dos 35 anos, em um quadro conhecido como climatério precoce. Fatores genéticos, estilo de vida, tabagismo, histórico de doenças autoimunes e tratamentos como quimioterapia podem influenciar o momento em que essa fase se inicia.
Os médicos costumam identificar a perimenopausa a partir de um conjunto de sinais, e não apenas pela idade. Entre os indícios mais relatados estão:
- Intervalos menstruais que se encurtam ou se alongam de forma irregular;
- Aumento ou redução do fluxo menstrual em comparação aos anos anteriores;
- Ondas de calor e sudorese noturna;
- Dificuldade para dormir ou sono fragmentado;
- Mudanças no desejo sexual;
- Sensação de inchaço e alteração de peso.
Quanto tempo dura a perimenopausa e quando termina?
A duração da perimenopausa costuma variar entre quatro e oito anos, segundo dados de pesquisas internacionais atualizados até 2025. Em média, a transição dura cerca de sete anos, mas em algumas mulheres esse período pode ser mais curto, chegando a dois anos, enquanto em outras se estende por quase uma década. O fim da perimenopausa é marcado pela menopausa, que é confirmada após 12 meses consecutivos sem menstruação.
No Brasil e em outros países, a idade média da menopausa gira em torno dos 50 a 51 anos. Isso significa que, se uma mulher entra na perimenopausa aos 44 anos, é possível que permaneça vários anos enfrentando ciclos irregulares e sintomas oscilantes até que o ciclo menstrual cese em definitivo. É importante destacar que, durante a perimenopausa, a fertilidade diminui, mas não desaparece completamente, o que mantém a necessidade de cuidados contraceptivos para quem não deseja engravidar.
Quais sinais indicam que a perimenopausa está avançando?
Conforme a perimenopausa avança, o corpo envia alguns sinais de que a transição está se aproximando da fase final. Um dos principais indicadores é o aumento dos intervalos entre as menstruações, que podem ficar vários meses sem aparecer até cessarem de vez. Ondas de calor podem se tornar mais frequentes ou intensas, e algumas mulheres relatam maior dificuldade para manter a qualidade do sono ao longo da noite.
Além das alterações no ciclo, a flutuação hormonal pode influenciar outros aspectos da saúde. Entre os pontos observados por especialistas estão:
- Saúde óssea: queda de estrogênio associada a maior risco de perda de massa óssea;
- Metabolismo: tendência a mudanças na distribuição de gordura corporal;
- Saúde cardiovascular: possíveis variações na pressão arterial e no perfil de colesterol;
- Saúde mental: maior vulnerabilidade a quadros de ansiedade e oscilação de humor.
Profissionais de saúde reforçam que a intensidade dos sintomas da perimenopausa é muito variável. Algumas mulheres relatam apenas ciclos irregulares, enquanto outras recorrem a acompanhamento frequente para lidar com ondas de calor, alterações de sono e impacto na rotina diária. Em consultas, costuma-se avaliar histórico familiar, hábitos de vida e necessidade de exames específicos para monitorar essa fase.
Como lidar de forma prática com a perimenopausa no dia a dia?
O manejo da perimenopausa pode envolver diferentes estratégias, que vão desde ajustes de hábitos até terapias hormonais e não hormonais. A indicação de tratamento depende de avaliação individual, considerando condições pré-existentes, intensidade dos sintomas e preferências da paciente. A informação adequada é apontada como um dos principais recursos para que essa etapa seja vivida com mais segurança.
Entre as orientações mais presentes em materiais educativos e protocolos clínicos, destacam-se:
- Manter acompanhamento regular com ginecologista ou endocrinologista;
- Praticar atividade física de forma regular, com foco em exercícios aeróbicos e de fortalecimento muscular;
- Cuidar da alimentação, priorizando alimentos in natura, fibras e fontes de cálcio e vitamina D;
- Evitar tabagismo e reduzir o consumo de álcool;
- Monitorar pressão arterial, colesterol e glicemia;
- Buscar apoio psicológico ou grupos de apoio quando as mudanças emocionais forem intensas.
A perimenopausa representa uma etapa natural do ciclo de vida feminino, marcada por transformações graduais e, muitas vezes, complexas. Entender quando começa, quanto tempo dura e quais sinais merecem atenção contribui para que cada mulher, com apoio profissional, possa planejar melhor os cuidados com o corpo e com a saúde ao longo desse período de transição.