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Lipedema: entenda como é a cirurgia para tratar a condição

O lipedema causa o acúmulo de gordura nos braços e, principalmente, nas pernas. Veja como corrigir a condição cirurgicamente

30 out 2023 - 17h01
(atualizado às 19h01)
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Frequentemente confundido com o sobrepeso ou a obesidade, o lipedema é uma condição que se caracteriza pela alteração do metabolismo das células de gordura, levando ao acúmulo anormal de gordura nas pernas, coxas e, às vezes, nos braços. O problema afeta principalmente as mulheres.

Lipedema: entenda como é a cirurgia para tratar a condição -
Lipedema: entenda como é a cirurgia para tratar a condição -
Foto: Shutterstock / Saúde em Dia

Sintomas e diagnóstico

Segundo a Dra. Camila Helena, cirurgiã vascular e angiologista da Venous, os primeiros sinais do lipedema frequentemente incluem:

  • Inchaço persistente;
  • Sensibilidade ao toque;
  • Pernas pesadas;
  • Dor;
  • Fragilidade capilar com formação de hematomas frequentes.

"O diagnóstico é geralmente clínico, feito com base na avaliação dos sintomas e do histórico médico do paciente, como a distribuição característica de gordura nas pernas e/ou braços, sensibilidade ao toque, inchaço e outros sinais clínicos. Além disso, exames de imagem, como ultrassonografia e ressonância magnética, podem ser usados para descartar outras condições semelhantes", explica.

Tratamento do lipedema

Conforme a cirurgiã vascular, o tratamento do lipedema tem como objetivo aliviar os sintomas, uma vez que a condição não possui cura definitiva. Sendo assim, as opções de tratamento incluem:

  • Mudança de hábitos de vida com dieta anti-inflamatória e atividade física;
  • Melhora da circulação linfática, com drenagem linfática e uso de dispositivos de compressão;
  • Uso de medicação, com prescrição de medicamentos para reduzir o inchaço e a dor;
  • Procedimento cirúrgico, como a lipoaspiração tumescente, que pode reduzir o acúmulo de gordura, aliviando os sintomas.

"É essencial consultar um médico especializado para determinar o plano de tratamento mais adequado, já que as opções podem variar de acordo com a gravidade e as necessidades individuais do paciente", destaca a médica.

Cirurgia para correção do lipedema

A cirurgia para o tratamento do lipedema é conhecida como lipoaspiração tumescente. De acordo com a Dra. Camila, ela é indicada em casos onde as terapias conservadoras e outras opções de tratamento não proporcionam alívio suficiente dos sintomas. 

"A lipoaspiração tumescente é um procedimento em que o cirurgião plástico remove seletivamente o excesso de gordura das áreas afetadas e que muitas vezes precisa ser realizada em várias etapas, visto que o volume de gordura a ser aspirado deve obedecer os limites da margem de segurança, que variam de 5% a 7% do peso corporal da paciente", destaca.

Geralmente, a cirurgia de lipedema é considerada para reduzir o volume de gordura nas pernas e nos braços, aliviando o desconforto físico e melhorando a qualidade de vida dos pacientes, acrescenta a médica.

Prevenção

Visto que o lipedema não tem cura definitiva, prevenir a condição é a melhor saída. No entanto, sua origem tem um forte componente genético, o que impossibilita prevenir o problema através da alimentação ou de outras estratégias de estilo de vida. 

"Ainda assim, é importante entender que a alimentação e o estilo de vida saudáveis podem desempenhar um papel na gestão dos sintomas e no controle do peso, o que pode ser benéfico para as pessoas que já têm lipedema", enfatiza Camila.

Ela lembra que o lipedema é uma condição médica crônica, e o controle dos sintomas muitas vezes requer abordagens multidisciplinares que envolvem o cirurgião vascular, cirurgião plástico, nutricionista, educador físico e fisioterapeuta. Além disso, ainda é possível incluir terapias físicas, tratamentos médicos e, em alguns casos, procedimentos cirúrgicos.

"Existe também o lado psicossocial afetado pela dificuldade no diagnóstico e pela forma como a paciente se enxerga. Portanto, o  acompanhamento psicológico com psicoterapia é de extrema importância. É fundamental trabalhar com profissionais de saúde para desenvolver uma abordagem personalizada para cada caso", conclui a especialista.

Saúde em Dia
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