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Febre oropouche: entenda a doença que atinge o Amazonas e tem sintomas como os da dengue

Nos primeiros 15 dias de 2024, o estado confirmou mais da metade dos casos registrados no ano passado inteiro e emitiu alerta epidemiológico

23 jan 2024 - 14h40
(atualizado às 15h30)
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A febre oropouche é transmitida pela picada de um mosquito, o Culicoides paraense, também conhecido como maruim.
A febre oropouche é transmitida pela picada de um mosquito, o Culicoides paraense, também conhecido como maruim.
Foto: iStock

AGÊNCIA EINSTEIN — O Amazonas registrou mais da metade do número de casos de febre oropouche na primeira quinzena de janeiro deste ano, em comparação com todo o ano passado - foram 223 casos da doença nas primeiras duas semanas de 2024, contra 424 registros totalizados de janeiro a dezembro de 2023. Devido ao aumento expressivo de registros, a Fundação de Vigilância em Saúde (FVS) do estado emitiu um alerta epidemiológico.

Segundo o órgão estadual, não há registro de mortes. A febre oropouche causa sintomas muito parecidos com os da dengue e os da chikungunya e é uma arbovirose, ou seja, é transmitida pela picada de um mosquito, o Culicoides paraense, também conhecido como maruim. No entanto, de acordo com Tatyana Amorim, diretora-presidente da FVS, os mosquitos do gênero Culex também podem ser vetores. No ciclo selvagem, os hospedeiros são animais primatas e o bicho-preguiça, enquanto no ciclo urbano o ser humano continua sendo o principal hospedeiro.

"A transmissão do vírus ocorre pela picada do mosquito infectado, ou seja, ela ocorre onde há a presença do mosquito maruim. Não há registro de casos de transmissão de pessoa para pessoa diretamente e os sintomas são muito semelhantes com os da dengue, como dor de cabeça, dor muscular, dor nas articulações, tontura, náusea e diarreia", explicou Amorim.

O período de incubação do vírus é de quatro a oito dias, quando surgem os primeiros sinais. A manifestação dos sintomas costuma durar de cinco a sete dias, mas, segundo o alerta emitido, a recuperação total do paciente pode levar semanas. Os casos atuais estão concentrados em adultos jovens, com idades entre 20 e 59 anos, embora existam registros confirmados em todas as faixas etárias.

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Casos desde dezembro

O problema começou a se intensificar ainda no passado. De acordo com a FVS, de 1º de dezembro de 2023 a 4 de janeiro de 2024, foram registrados 199 casos da doença no Amazonas. Para efeito comparativo, no mesmo período do ano anterior, foram registrados somente três casos. Por isso, a instituição decidiu emitir o alerta.

Os casos foram detectados por exame de pesquisa de arboviroses realizado pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Amazonas (Lacen-FVS), que, inicialmente, colheu 675 amostras e, assim, detectou os 199 casos da febre (28,48%) de dezembro a início de janeiro.

Além disso, é recomendado procurar ajuda médica sempre que apresentar algum sinal de gravidade, como orienta Gouveia: "Em alguns pacientes, não todos, o caso pode evoluir com quadro de meningite ou de encefalite [inflamação do cérebro]. Então, quando o paciente tem sintomas tão intensos que não é possível controlar com medicação sintomática em casa, é preciso procurar um médico".

Segundo Amorim, da FVS, a eliminação dos criadouros do mosquito envolve evitar acúmulo de lixo, limpar terrenos, caixas d'água, cisternas, realizar vistorias para evitar água parada que propicie que os mosquitos depositem os ovos, entre outras. A FVS também emitiu uma nota técnica orientando sobre a intensificação das ações de vigilância, prevenção e controle da doença.

Estadão
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