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Contra obesidade, Jamie Oliver milita por educação nutricional

15 mai 2015 - 16h12
(atualizado em 16/5/2015 às 08h51)
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"A França é um exemplo em termos de nutrição. Mas não ter aulas de educação nutricional nas escolas é totalmente irresponsável", disse Jamie Oliver, estrela da gastronomia britânica que trava uma batalha contra a 'junk food' e a obesidade.

"Nós estamos matando nossos filhos", lamentou o chef, famoso por seus programas de culinária, em uma entrevista à AFP nesta sexta-feira, por ocasião do quarto "Food Revolution Day", uma campanha mundial, lançada em 2012.

"O assunto interessa e preocupa todo mundo", insistiu Jamie Oliver, instalado no piso de um ônibus de dois andares com o qual ele visitou Londres para promover uma alimentação mais equilibrada e saudável.

"Assinem, compartilhem", diziam ao lado de Oliver, estudantes que convidavam os passantes a imitar as mais de 1,2 milhões de pessoas que assinaram a petição nesta sexta-feira para que a educação nutricional seja obrigatória.

Verdadeira estrela dos fogões e grande sucesso comercial em dezenas de países, Jamie Oliver sente, perto dos 40 anos, "o dever" de levar esta luta para enfrentar "números alarmantes" de uma "epidemia global".

A prevalência da obesidade mais do que duplicou em todo o mundo entre 1980 e 2014, para chegar a 600 milhões de adultos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde na semana passada, alertou que a Europa está indo para "uma crise de obesidade de enormes proporções até 2030".

"Em muitos países, a expectativa de vida de nossos filhos é menor do que a minha, é absolutamente imperdoável", lamentou Jamie Oliver, segurando o mais novo de seus quatro filhos no colo.

Na década de 2000 , ele já tinha alfinetado a tradição da 'junk food' - hambúrgueres, batatas fritas e pratos congelados, especialmente sem frutas - nas cantinas escolares britânicas na série "Jamie School Dinners".

Desde então, houve uma certa tomada de consciência e o governo acaba de integrar cursos de nutrição aos currículos escolares dos pequenos britânicos.

"Mas há muito trabalho a ser feito e a Grã-Bretanha continua a ser um exemplo do que não fazer", afirmou o chef, muito mais benevolente com a França, que tem "milhares de anos de expertise em matéria de alimentação".

"A França é conhecida por sua excelente comida, agricultura e eu admiro a taxação sobre bebidas açucaradas imposta por lá. Mas eu estou preocupado. O poder da 'junk food' também é forte o suficiente para lutar contra esta cultura. Os gigantes da indústria de alimentos são capazes de fazer lavagem cerebral em todos, até mesmo na França", alertou.

"É por isso que nós demos ênfase este ano na educação nutricional nas escolas. Não torná-lo obrigatório é completamente irresponsável. Isso não tem mistério: mostrar às crianças como nós cultivamos algo, como é a colheita, como se cozinha, e então como se come. Muitas crianças não sabem o que é um tomate ou uma batata".

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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