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Como a máquina de ressonância mais poderosa do mundo muda o diagnóstico de doenças?

Com precisão 10 vezes maior, novo equipamento permite visualizar com detalhes inéditos de estruturas minúsculas do cérebro.

2 abr 2024 - 16h13
(atualizado às 16h15)
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Resumo
O scanner de ressonância magnética mais poderoso no mundo, chamado de Iseult, é desenvolvido por pesquisadores franceses e possibilita a visualização detalhada das estruturas cerebrais para o entendimento de doenças como Alzheimer e Parkinson e a criação de tratamentos mais eficazes.
Foto: Divulgação/Comissão de Energia Atômica da França (CEA)

O scanner de ressonância magnética mais poderoso do mundo, chamado de Iseult, proporcionou imagens sem precedentes dos cérebros humanos, com uma precisão 10 vezes superior às ressonâncias magnéticas convencionais. 

Desenvolvido por pesquisadores franceses, o equipamento utiliza um campo magnético de 11,7 teslas (densidade do fluxo magnético) para revelar detalhes minuciosos do cérebro. Além disso, espera-se que o scanner ajude a compreender melhor doenças como Alzheimer e Parkinson, permitindo diagnósticos mais precoces e tratamentos mais eficazes. 

Embora ainda não esteja disponível para uso clínico, os resultados promissores sugerem um avanço significativo na área da neurociência. O Terra conversou com o neurocirurgião Felipe Mendes, membro da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, que conta como o uso do scanner pode contribuir para uma melhor compreensão da anatomia do cérebro e das funções cognitivas. 

Precisão sem precedentes

O especialista diz que o aparelho oferece uma precisão 10 vezes maior do que os scanners comuns utilizados em hospitais. Essa alta resolução permite visualizar com detalhes inéditos estruturas minúsculas do cérebro, como pequenos vasos sanguíneos que alimentam o córtex e detalhes antes anteriormente imperceptíveis.

“Com isso, os neurocientistas e médicos podem obter uma compreensão mais aprofundada da anatomia cerebral e das áreas específicas envolvidas em diversas funções cognitivas, como leitura, reconhecimento facial e processos de pensamento. Isso abre caminho para novos estudos sobre como diferentes regiões do cérebro interagem para realizar tarefas complexas e como essas funções podem ser afetadas por doenças”, relata o especialista.

Foto: Divulgação/Comissão de Energia Atômica da França (CEA)

Para o neurocirurgião, ao permitir uma visualização detalhada das estruturas cerebrais e de como elas são afetadas por diferentes patologias, médicos podem identificar alterações específicas associadas a condições neurodegenerativas, tumores cerebrais, lesões cerebrais traumáticas, entre outras, com uma precisão sem precedentes. 

Maior chance de sucesso em tratamentos

Outro ponto é que, ao entender melhor as alterações estruturais e funcionais no cérebro causadas por essas doenças, os pesquisadores podem desenvolver terapias mais direcionadas e personalizadas, aumentando as chances de sucesso no tratamento.

No contexto de transtornos mentais como o transtorno bipolar, a utilização do scanner pode melhorar o tratamento ao proporcionar uma visão mais clara de como os medicamentos afetam o cérebro, compreendendo melhor quais pacientes têm maior probabilidade de responder positivamente ao tratamento e possibilitando terapias mais personalizadas e eficientes. 

No que diz respeito a doenças neurodegenerativas como Parkinson e Alzheimer, a expectativa também é alta. Mendes afirma que ao possibilitar uma visualização detalhada do cérebro em uma resolução nunca antes alcançada, pesquisadores esperam descobrir novas informações sobre como essas doenças afetam a estrutura e a função cerebral. 

Embora a precisão sem precedentes do scanner de ressonância magnética abra novas possibilidades para a pesquisa e o tratamento de condições neurológicas, também apresenta desafios e considerações éticas. 

Entre os desafios, o médico destaca a necessidade de garantir que o uso dessa tecnologia seja seguro para os pacientes, dado o poderoso campo magnético envolvido, e a importância de gerenciar as expectativas, já que a ferramenta não se destina a diagnósticos clínicos imediatos. 

“É importante também garantir o acesso em massa a esses avanços tecnológicos, para que os benefícios possam alcançar uma ampla gama de pacientes”, conclui o profissional.

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Fonte: Redação Terra Você
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