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Existe uma relação neurológica entre a falta de sono e a depressão

Mais de um terço da população sofre com problemas relacionados ao sono, e isto pode provocar diversos distúrbios psicológicos

27 jul 2018 - 14h06
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A relação entre a falta de sono e a depressão vem sendo estudada há muitos anos. Para quem sofre com a doença, o mal estar é potencializado pela falta de descanso e energia. E agora, um novo estudo publicado pelo periódico JAMA Psychiatry revela a explicação mais plausível sobre o assunto.

Existe um mecanismo neural que associa um sono de baixa qualidade à depressão. Quando dormimos mal, o córtex dorsolateral pré frontal (responsável pelas memórias de curto prazo), o precuneus (ligado à nossa auto imagem) e o córtex orbitofrontal lateral (que causa emoções negativas), são impactados de forma prejudicial.

Descobertas

Os pesquisadores analisaram 9.735 pessoas com depressão e descobriram que as atividades destas áreas do cérebro estavam altamente estimuladas em pessoas que tinham padrões de sono disruptivos.

"A relação entre a falta de sono e a depressão vem sendo estudada há quase cem anos, e agora identificamos quais mecanismos neurais são estimulados quando existe a ocorrência desses dois problemas", explica Jianfeng Feng, da Universidade de Warwick no Reino Unido, em entrevista ao Science Alert.

Para Feng, agora se tornou mais fácil tratar a doença, pois os remédios podem agir em áreas específicas que provocam os sintomas. Os estudiosos também explicam que as alterações nessas áreas cerebrais podem ocorrer por conta das emoções negativas, e por isso, a depressão e os problemas de sono andam sempre juntos.

A depressão provoca principalmente a insônia. E pessoas com insônia apresentam maiores riscos de desenvolver ansiedade. Para a equipe de pesquisa, focar os tratamentos no córtex orbitofrontal lateral parece ser a decisão mais promissora, já que este potencializa a sensação de tristeza.

Conclusões

"Na época em que estamos vivendo, a baixa qualidade e a privação do sono está se tornando um problema extremamente comum, afetando mais de um terço da população mundial. Isto acontece por conta do trabalho excessivo, das atividades noturnas e do aumento de nossa dependência tecnológica", conclui Feng.

A depressão afeta mais de 300 milhões de pessoas no mundo inteiro, e com o conhecimento sobre este conjunto de ligações neurais que potencializam a doença, é possível realizar progressos para o tratamento da condição.

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