Um terço da Geração Z se sente solitária, diz estudo
Pesquisa mostra que 37% dos jovens se sentem solitários com frequência; especialistas alertam para os riscos à saúde mental e destacam a importância de conversas reais
Vivemos em um tempo em que nunca estivemos tão próximos por meio das telas. Redes sociais, aplicativos de mensagem e plataformas digitais encurtaram distâncias e multiplicaram interações. Ainda assim, a solidão tornou-se uma das experiências mais comuns da vida contemporânea. Uma pesquisa recente mostrou que 37% da Geração Z (nascidos entre 1995 e 2010) relatam sentir solidão com frequência -um índice significativamente mais alto do que em outras gerações.
O levantamento, realizado com 2.000 adultos, revelou que cada pessoa passa, em média, cinco horas e meia por dia diante de telas. No entanto, 22% admitiram não saber como começar uma conversa com estranhos e 45% disseram interagir mais online do que pessoalmente. Esse cenário evidencia como a hiperconexão digital pode dificultar a criação de vínculos genuínos.
O peso invisível da solidão
Sentir-se só não é apenas uma experiência desagradável. Segundo especialistas, o isolamento frequente pode trazer consequências sérias para a saúde mental. Embora a solidão não seja considerada uma condição clínica, ela está diretamente associada ao aumento do estresse e a maiores riscos de desenvolver ansiedade e depressão.
Essa sensação costuma se manifestar de maneira silenciosa, tornando-se um peso invisível na rotina. Muitas vezes, quem enfrenta esse desafio tem dificuldade em pedir ajuda ou mesmo em reconhecer que a solidão está impactando seu bem-estar.
Conversar como forma de cura
Ainda que não elimine completamente o problema, conversar pode ser um recurso poderoso contra a solidão. Um diálogo simples, um gesto de escuta atenta ou um convite para compartilhar um café podem aliviar o fardo emocional e abrir espaço para novas conexões. A ciência mostra que relacionamentos significativos (mesmo que poucos) são fatores protetores para a saúde mental, inclusive para a Geração Z. A chave não está em acumular contatos, mas em cultivar vínculos reais, nos quais exista espaço para presença, afeto e autenticidade.
Um chamado para estar presente
Na sociedade atual, em que encontros cara a cara são cada vez mais raros, a mensagem é clara: pequenos gestos de proximidade têm grande valor. Estar disponível, ouvir sem julgamentos e demonstrar interesse genuíno podem transformar o dia de alguém - e também o nosso.
No fim das contas, a tecnologia pode aproximar, mas não substitui a experiência de estar realmente presente. Cuidar da saúde emocional passa, inevitavelmente, por olhar nos olhos, rir junto, compartilhar silêncios e lembrar que, fora das telas, há um mundo de conexões esperando para acontecer.