Tendência perigosa: O que leva pais a deixarem bebês expostos a temperaturas abaixo de zero?
Tradição em países nórdicos defende que o frio melhora o sono e fortalece a saúde dos pequenos; entenda
Em alguns países nórdicos, como Finlândia, Dinamarca e Suécia, é comum ver carrinhos de bebê do lado de fora de cafés e restaurantes. O que chama atenção, na verdade, é que a cena acontece mesmo quando temperaturas chegam a -10°C. Enquanto isso, os pais permanecem dentro dos estabelecimentos, acreditando que o ar gelado melhora a qualidade do sono e contribui para a saúde das crianças.
Menos germes e mais sono?
Segundo a consultora de sono Katie Palmer para o Business Insider, dormir ao ar livre pode trazer benefícios como: maior duração das sonecas e menor exposição a germes. No entanto, ela reconhece que a prática não está livre de riscos, como a possibilidade de hipotermia ou exposição à poluição urbana.
Apesar de ser uma tradição bem estabelecida em países nórdicos, a prática levanta debates. A pediatra Jennifer Shu alerta para os perigos de deixar o bebê desacompanhado e sem supervisão. Isso porque os bebês não regulam a temperatura corporal como adultos, tornando essencial o monitoramento constante. Além disso, é importante que estejam por perto caso a criança pare de respirar, por exemplo.
Protegidos e bem equipados
Para garantir a segurança dos bebês nos dias de inverno, muitos pais adotam medidas extras, como roupas térmicas de lã, sacos de dormir e travas nos carrinhos. Alguns ainda colocam termômetros nos carrinhos para controlar a temperatura. A filosofia por trás da prática é clara: "Não existe mau tempo, apenas roupas ruins".
Enxerga-se a tradição do "cochilo ao ar livre" como um reflexo de uma cultura que valoriza a conexão com o ambiente natural desde os primeiros dias de vida. Embora não haja consenso científico sobre os efeitos diretos na imunidade, pesquisas indicam que os bebês dormem mais tempo quando estão ao ar livre.
Caixa de maternidade
Outro costume finlandês que chama atenção é a "baby box", uma caixa entregue a todas as gestantes, independentemente de sua realidade financeira. Nela, estão itens essenciais para recém-nascidos: roupas, produtos de higiene e até um colchão. Criada em 1937 para reduzir a mortalidade infantil, a iniciativa contribuiu para transformar o país em referência mundial no cuidado com a primeira infância.
Atualmente, após novas questões ambientais e médicas serem apontadas, alguns itens foram retirados ou substituídos das caixas. Fraldas descartáveis, por exemplo, foram substituídas pelas de pano. Mamadeiras e chupetas, por outro lado, foram retiradas do kit para estimular a amamentação.
