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Qual é o impacto do aumento de consumo de vídeos curtos para o cérebro?

Vídeos curto estão moldando o cérebro moderno; entenda como o consumo excessivo desse formato reduz a capacidade de concentração, altera o humor e afeta o sono

14 out 2025 - 17h18
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Arrastar o dedo e assistir vídeos curtos, hoje, é um comportamento quase automático. Em segundos, sons, legendas chamativas e cortes rápidos entregam uma recompensa imediata, prática e divertida. A questão é que esse "fast food neurológico", como é chamado por especialistas, é algo fácil de consumir e difícil de largar. A longo prazo, se torna pobre em valor cognitivo - principalmente para crianças e adolescentes.

Excesso de vídeos curtos nas redes sociais pode causar perda de foco e irritabilidade; entenda como esse tipo de conteúdo afeta o cérebro
Excesso de vídeos curtos nas redes sociais pode causar perda de foco e irritabilidade; entenda como esse tipo de conteúdo afeta o cérebro
Foto: Reprodução: Vitaly Gariev/Pexels / Bons Fluidos

O que acontece no cérebro

Conteúdos de vídeos curtos, como vemos nas redes sociais atualmente, estimulam os circuitos de recompensa. Isso eleva a liberação de dopamina e treina o cérebro a esperar gratificações instantâneas, ao mesmo tempo que as redes ligadas ao processamento lento, planejamento e integração, diminuem.

O efeito prático aparece no cotidiano: dificuldade de se concentrar em tarefas longas, tendência à multitarefa e memória de trabalho sobrecarregada (muita informação fragmentada, pouca consolidação de longo prazo).

Sinais que aparecem no dia a dia

  • Irritabilidade, impaciência e oscilação de humor;
  • Queda de foco em leitura, estudo, filmes e conversas prolongadas;
  • Resistência para "desconectar" e perda de noção do tempo;
  • Sono pior, ansiedade e desinteresse por atividades ao ar livre;
  • Em crianças e adolescentes, impacto maior pela imaturidade do córtex pré-frontal (autorregulação, planejamento, tomada de decisão).

Por que esses vídeos são tão viciantes?

O vício nos vídeos curtos não acontece por acaso. As plataformas são cuidadosamente projetadas para manter o usuário engajado pelo maior tempo possível. A rolagem infinita, por exemplo, elimina qualquer pausa natural. Basta deslizar o dedo para ter acesso a um novo conteúdo.

Além disso, os algoritmos personalizados aprendem rapidamente as preferências de cada pessoa e entregam exatamente o que mais prende sua atenção. Somam-se a isso os estímulos múltiplos - como som, imagem acelerada e texto piscando na tela, que ativam várias áreas do cérebro ao mesmo tempo. Por fim, a duração curtíssima de cada vídeo cria a sensação de que "só mais um" não fará diferença, levando a um ciclo contínuo e difícil de interromper.

O formato curto já soma centenas de bilhões de visualizações diárias, somando plataformas, com alto alcance em celulares - principal porta de entrada de crianças e adolescentes. Paralelamente, levantamentos internacionais indicam aumento de queixas ligadas à atenção, sono e bem-estar emocional na juventude.

Como recuperar o foco (passo a passo)

Para recuperar o foco, pense em um treino diário - simples, constante e possível. 

1. Comece definindo limites claros

Escolha um tempo de tela que caiba na sua rotina (ex.: 40 a 60 minutos por dia) e use um timer. Em vez de proibir, crie metas positivas para preencher o tempo livre: "ler um capítulo de um livro", "ouvir um podcast de 20 minutos" ou "fazer uma receita rápida". Assim, você não tira apenas a tela, mas coloca algo no lugar.

2. Faça um desmame gradual

Cortes bruscos geram ansiedade e recaída. Reduza o uso semanalmente - por exemplo, -15% por semana (se hoje você passa 2 horas por dia, na próxima semana fique em 1h42; depois, 1h27…).

3. Adote treinos de atenção como musculação para o cérebro

10-15 minutos de leitura contínua (sem checar o celular), exercícios de respiração guiada por 3-5 minutos e hobbies manuais (desenhar, tocar um instrumento, montar um quebra-cabeça, cozinhar). Essas práticas desaceleram os estímulos e ensinam o cérebro a sustentar a concentração.

4. Cuide da higiene do sono

Nos últimos 90 minutos antes de dormir, nada de telas. Troque por um banho morno, luz baixa, leitura leve ou alongamento. Isso sinaliza ao corpo que é hora de desligar, melhora a qualidade do sono e, no dia seguinte, seu foco rende mais.

5. Reintroduza conteúdos longos na rotina

Veja um documentário inteiro, um episódio de série sem multitarefa (sem celular por perto), leia textos maiores. Se ficar difícil, quebre em blocos (ex.: 10 minutos + pausa curta + mais 10 minutos) até conseguir assistir/ler de ponta a ponta.

Bons Fluidos
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