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Quais pratos você está girando na vida, os de porcelana ou de plástico?

Quantas notícias já não nos tocaram por conta de histórias alheias que viveram momentos marcantes? Dessa forma, caímos na realidade por alguns instantes, mas logo voltamos a viver no automático

3 out 2025 - 16h11
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A vida, muitas vezes, passa na frente dos nossos olhos e nós nem percebemos. Quantas notícias já não nos tocaram por conta de histórias alheias que viveram momentos marcantes? Dessa forma, caímos na realidade por alguns instantes, mas logo voltamos a viver no automático. Esse foi o recado que a palestrante Luciana Martins quis passar no evento 'Beba Essa Causa', que ocorreu na última quinta-feira (3).

A vida, muitas vezes, passa na frente dos nossos olhos e nós nem percebemos, e só vamos dar valor quando nos deparamos com histórias alheias
A vida, muitas vezes, passa na frente dos nossos olhos e nós nem percebemos, e só vamos dar valor quando nos deparamos com histórias alheias
Foto: depositphotos.com / ArturVerkhovetskiy / Bons Fluidos

Equilibrando pratos na vida

"Estamos girando diversos pratos, alguns de porcelana, outros de plástico. Os primeiros são as pessoas que amamos, como nossa família, já o resto envolve os demais campos da vida, como o trabalho. Muitas vezes, acabamos dando mais importância para esses e, por isso, deixamos os que são mais valiosos quebrarem", iniciou a reflexão.

Em seguida, exemplificou com uma história que marcou sua vida e deixou cicatrizes em muitas famílias. Ela fez parte do momento em que os pais tiveram de reconhecer seus filhos, tão jovens, no ginásio.

"Uma vez, estava no Santa Maria Tinha ganhado uma viagem com alguns dias em um resort. Assim que cheguei, me deparei com a notícia do incêndio da Boate Kiss e com o pedido de ajuda de voluntários. Larguei tudo e fui até Santa Maria para ajudar. Chegando lá, disse que tinha conhecimento de gestão de crise, pois havia sido capacitada pelo exército para formar um pelotão que foi para o Haiti. Avisaram então a major Débora. Ela então pegou na minha mão e me levou até o ginásio, ao meio dia. Não tinha insumo, não dava para fazer autópsia, estávamos abaixo de uma telha de zinco muito quente, a 40ºC", relembrou.

Sentidos aguçados e histórias tristes

Martins então contou que quando se deparou com a realidade, seus sentidos se aguçaram automaticamente. "O tato, por causa da minha mão sendo apertada com força pelo desespero da major; o olfato, com o cheiro de queimado que exalava dos corpos; a visão, enxergando os jovens mortos e espalhados em fileiras pelo ginásio todo; e a audição, ouvindo os celulares deles tocarem incessantemente", detalhou.

Porém, este não foi o pior, pois o mais triste estava perto, o encontro com os pais daquelas pessoas. "Fui ajudá-los a reconhecerem seus filhos. E três instantes me marcaram muito. A primeira era uma mãe que falava para todo mundo que encontrava que não pôde dar o último beijo no filho. Ela dizia sem parar: 'Eu estava assistindo à novela, e ele bloqueava minha visão da TV, pedi então para sair. E assim perdi o último beijo do meu filho'", relatou.

"Depois, teve outra mãe. Esta havia perdido seus três filhos no incêndio. Chegava perto de um, reconhecia o primeiro, e fez o mesmo com o outro. No mais velho, ela se agachou e começou a balançá-lo, alterando a voz: 'Por que você não salvou seus dois irmãos? Você era o mais velho!'. Horas se passaram, "apagando um incêndio atrás do outro", até que uma jovem, que era de Mato Grosso e não tinha ninguém conhecido na cidade, foi encontrada por seu pai.

"Ele contou que aquela menina havia sido o único fruto de seu jardim, e que ele não iria deixá-la partir sem lhe dar uma última flor. Eu então liguei para uma produtora, que parou o que estava fazendo para fazer coroa de flores e entregá-las em Santa Maria", finalizou.

Para o que você está dando atenção na vida?

E foi com essa história, que ela tornou a perguntar se as pessoas ali presentes estavam equilibrando os pratos mais importantes, os que estavam em suas casas.

Sobre o evento

O IL Barista Casa recebeu o projeto 'Beba Essa Causa', que une café e o impacto social no acolhimento de mulheres que lutam contra o câncer. Nestes onze anos, Instituto AC. Camargo, Hospital do Amor de Barretos e o Instituto Amor em Mechas foram algumas das instituições ajudadas. Nesta edição, 20% da venda dos pacotes do lançamento cafeeiro, La Vie En Rose, foram destinados ao último instituto citado e, assim, até julho, 7.983 perucas já haviam sido entregues.

O evento da idealizadora Gelma Franco também contou com palestras que enriqueceram a causa, sendo eles: a nutricionista Elaine Pádua, que falou sobre a nutrição gentil; a ginecologista Anamarya Rocha, abordando a saúde íntima da mulher; Luciana Martins, contando sua história, e Lu Braga, fundadora do Movimento Internacional do Agro no Combate ao Câncer.

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