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Pesquisa aponta: brasileiros abordam o amor com pessimismo nas redes sociais

Segundo as psicanalistas Carol Tilkian e Camila Holper, apenas 27% das postagens sobre o tema expressam emoções positivas

17 jun 2025 - 15h35
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As redes sociais são o espaço onde os casais mais expõem detalhes da vida a dois. Em datas comemorativas, como o Dia dos Namorados, elas ficam repletas de fotos e vídeos acompanhados de grandes declarações de amor. No entanto, a pesquisa 'Narrativas afetivas: como o brasileiro traduz o amor' ' mostrou que, no dia a dia, as pessoas tendem a publicar mais opiniões negativas do que positivas sobre os relacionamentos.

Segundo as psicanalistas Carol Tilkian e Camila Holper, apenas 27% das postagens sobre o amor expressam emoções positivas
Segundo as psicanalistas Carol Tilkian e Camila Holper, apenas 27% das postagens sobre o amor expressam emoções positivas
Foto: Canva Equipes/A's Images / Bons Fluidos

Pessimismo no amor

Em busca de entender como os brasileiros abordavam o afeto nas redes sociais, as psicanalistas Carol Tilkian e Camila Holper reuniram informações com o auxílio da ferramenta Cosmo. Utilizando inteligência artificial, a plataforma coletou e analisou o sentido de mais de 1,02 milhão de textos, escritos em 2023 e 2024 e publicados de  X, Bluesky, YouTube e portais de notícias.

Desta forma, as estudiosas contataram que 46,4%  das postagens sobre amor tinham um teor pessimista. Enquanto isso, somente 22,7% estavam associadas à felicidade. "O senso comum diria que a internet é o lugar onde se finge que é feliz no romance. E em dias especiais, há uma chuva de posts de casais alegres. Foi uma surpresa perceber o quanto as mídias viraram um espaço para expor as angústias e os desgostos sobre as relações amorosas", disse Tilkian, à 'Folha de São Paulo'.

De acordo com o estudo, o principal tópico levantado é a dor causada por relações amorosas, como histórias de traições e términos. Em segundo, aparecem publicações que narram o cotidiano de parceiros, focando em momento de harmonia. No entanto, mesmo nesse quesito, surgiram textos pessimistas sobre brigas. As pesquisadoras revelam ainda que um a cada três brasileiros aborda as decepções amorosas em tom de piada ou ironia.

"Chamou a atenção o quanto, do volume total do que se fala sobre amor, é atravessado por tristeza, mesmo que não esteja diretamente associado ao sofrimento. Também tem um tanto de raiva", apontou Holpert.

O que mais se comenta sobre as relações?

Além disso, o levantamento evidenciou que 19% das pessoas costumam narrar relacionamentos com amigos e familiares. Outros tópicos relevantes são casais que buscam demonstrar perfeição e novos tipos de conexões, como o poliamor e os namoros abertos.

As especialistas também averiguaram como os portais de notícias cobram temas relacionados ao amor. Assim, elas descobriram que os assuntosa somente estão nas manchetes quando envolvem fofocas. "Precisamos transformar o afeto em pauta. Não dá para o ódio, a agressividade e a violência serem pautados, mas a construção de vínculos não", aconselhou Tilkian.

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