O amor está no ar! O que acontece no cérebro quando estamos apaixonados?
Quais substâncias entram em ação no corpo quando nos apaixonamos? Entenda o que explica a ciência
Sensações como coração disparado, distração e pensamentos constantes em alguém são comuns quando estamos apaixonados, não é mesmo? Mas elas não são apenas poéticas: para a neurociência, elas têm fundamentos biológicos e químicos bastante concretos.
Quando nos apaixonamos, o corpo entra em uma intensa liberação de hormônios e neurotransmissores. A dopamina, por exemplo, está ligada à euforia e ao desejo de estar junto da pessoa amada. Já a ocitocina, estimulada pelo toque e pela intimidade, fortalece o vínculo emocional. A adrenalina, por sua vez, provoca reações como suor nas mãos, pupilas dilatadas e o clássico frio na barriga.
Sistema de recompensa cerebral
Pesquisas da antropóloga biológica Helen Fisher, da Rutgers University, ajudaram a desvendar como o cérebro reage ao amor. Em 2005, ela publicou um estudo com exames de ressonância de universitários apaixonados. Ao verem fotos da pessoa amada, as regiões cerebrais ligadas à dopamina foram fortemente ativadas.
O artigo da Harvard Medical School explica que esse circuito de recompensa cerebral é inundado por neurotransmissores que provocam uma série de reações físicas e emocionais: coração acelerado, mãos suadas, bochechas coradas e sensação de ansiedade.
"O córtex pré-frontal, que é a área mais ligada ao pensamento crítico, fica parcialmente inibido. Isso nos torna mais propensos a idealizar o outro, ignorar defeitos e tomar decisões impulsivas", disse o psicólogo e neurocientista Leandro Freitas Oliveira, em entrevista ao portal Pardal Tech.
Percepção da realidade
Esse estado emocional altera até mesmo a forma como percebemos o mundo. "Estímulos visuais e sonoros parecem mais vívidos. A paixão ativa regiões cerebrais que intensificam nossa percepção e aumentam a disposição para correr riscos, explorar e criar", explicou o especialista.
Entretanto, a fase da paixão tem prazo de validade: entre um e dois anos, segundo a ciência. Depois disso, o cérebro busca estabilidade. Isso não significa o fim do amor, mas uma transição para uma conexão mais tranquila, sustentada por substâncias como a ocitocina e a vasopressina. "Com o tempo, a impulsividade cede espaço a uma conexão mais sólida. A paixão diminui, mas pode abrir caminho para um amor mais maduro e consciente", concluiu Oliveira.