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Grupo gospel Preto no Branco lança clipe de música sobre aceitação de LGBTs na religião; assista

Canção aborda a dor de quem não é aceito na igreja devido à sexualidade: 'Meu primeiro pensamento era que Deus me odiava, porque muitos [cristãos] falavam que eu ia para o inferno'

11 mar 2020 - 11h58
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No clipe, rapaz drag queen e homossexual não aceito pelo pai encontra conforto na religião após ganhar uma Bíblia de presente.
No clipe, rapaz drag queen e homossexual não aceito pelo pai encontra conforto na religião após ganhar uma Bíblia de presente.
Foto: Reprodução do clipe 'Meu Lugar É Seu Amor' / YouTube / Estadão

O grupo gospel Preto no Branco lançou, há uma semana, o vídeoclipe da música Meu Lugar É Seu Amor, abordando a aceitação de LGBTs nas crenças cristãs.

Com referências ao sofrimento de quem é cristão e se tortura psicologicamente por se sentir 'anormal' devido à sexualidade, o vídeo mostra logo no começo o depoimento de dois jovens fiéis que enfrentaram a homofobia.

"Comecei na igreja cantando. Meu primeiro pensamento era que Deus me odiava, porque muitos [cristãos] falavam que eu ia para o inferno. Eu tentei fugir disso [da minha sexualidade]. Eu queria dizer que te amo, [Deus]", afirma, chorando, Priscila Ferreira. "Eu era chamado de viadinho, de gay. Sentia ódio de Deus. Chegava a negar a existência dele", desabafa Rafael Cavalcanti.

O clipe da canção aborda também o julgamento da sociedade e a revolta de um pai ao descobrir a homossexualidade do filho drag queen. O rapaz enfrenta discriminação e humilhações, até receber uma bíblia de um fiel da Igreja Evangélica e descobrir que pode ser amado por Deus do jeito que ele é.

"Mais um dia, mais um julgamento / Se eu fugir de mim pra onde vou? / Mas eu sei que Deus / Me conhece mais que eu / Mesmo vendo o que ninguém mais vê / Deus me ama e quer me proteger", canta o vocalista Clovis Pinho num trecho da música.

Nos comentários do vídeo no YouTube, alguns religiosos se incomodaram com a mensagem da banda Preto no Branco, citando passagens anacrônicas da Bíblia Cristã para justificar a LGBTfobia. Outros, porém, interpretaram a melodia como uma forma de mostrar ao público o amor universal e sem barreiras de Jesus Cristo.

"Vejo muitos 'cristãos' procurando uma oportunidade para apedrejar os outros. Crentes usando a Bíblia para mascarar a ausência do amor em seus corações. Quem usa a palavra [de Cristo] para ferir, enganar e excluir o outro é o diabo. Limpem seus corações da maldade camuflada no interior. Aprendam a usar a Bíblia para alimentar, abraçar, acolher, perdoar, amar, receber... assim como Cristo o fez", disse um homem.

"Amar a todos significa não julgar ninguém, incluindo não tentar dizer a alguém que ela peca por amar, gostar, se relacionar ou dar carinho a outra do mesmo sexo", reforçou uma mulher. Ao G1, o integrante da banda Alex Passos revelou que achava que o grupo musical ia 'apanhar muito' de religiosos conservadores, mas isso não aconteceu até o momento.

Ouça e assista ao clipe de Meu Lugar É Seu Amor:

Estadão
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