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Twiggy, a precursora da magreza na moda faz 60 anos

18 set 2009 - 14h42
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Ela foi a primeira topmodel do mundo, com direito a desfile em carro aberto pelas ruas de Nova York e a máscaras com sua cara. Batizou produtos que foram sucessos de venda - de cílios postiços a bonecas de papel - num fenômeno de mídia até então não experimentado no mundo da moda. Era o ano de 1966 e Twiggy, uma garota magrela, pequena e de olhos arregalados, deu a cara ao mundo para mostrar o verdadeiro rosto dos anos 60. Ou melhor, da segunda metade daquela época. Foi chamada de "The face of 66" pelo

Coincidindo com seu 60 anos, Twiggy estreia campanha da marca de cosméticos Olay
Coincidindo com seu 60 anos, Twiggy estreia campanha da marca de cosméticos Olay
Foto: Getty Images
Daily Express

e a partir de então ganhou o mundo com seus louros cabelos curtos, repartidos do lado. E seu corpo magro, fora dos padrões de belezaaté então. "Foi a precursora da magreza na moda", afirmou João Braga, professor e historiador de moda.



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Twiggy foi descoberta pelo fotógrafo Justin de Villeneuve, pseudônimo de Nigel John Davies, com quem teve um relacionamento amoroso. Foi ele também que deu o apelido de Twiggy (derivação de graveto em inglês) à jovem de então 17 anos, que media 1,67m, pesava 42kg, e tinha 82cm de quadril, 59cm de cintura e 82cm de quadril. A moça, difusora da minissaia, dos cílios postiços e do cabelo curtíssimo, completa 60 anos dia 19 de setembro.



E para celebrar ganha livro, a ser lançado dia 18, e exposição que será aberta no dia do seu aniversário, na National Portrait Galerie, em Londres, que prossegue até março de 2010. Ambos têm o mesmo nome

Twiggy: A Life in Photographs

, reunindo fotos tiradas por Cecil Beaton, Richard Avedon, Ronald Traeger, Norman Parkinson, Annie Leibovitz e Steven Meisel. Ela acaba de lançar também o CD

Gotta Sing, Gotta Dance

, com músicas dos anos 20, 30 e 40. Coincidindo com seu 60 anos, Twiggy estreia campanha da marca de cosméticos Olay, 25 anos depois de ter trabalhado para a empresa.



Adolescente

"Os jovens dos anos 1960 eram a geração baby boom, bebês que nasceram depois da Segunda Guerra, e não queriam lutar em outra - a do Vietnã. Seus valores estavam em alta naquela década. E Twiggy era a imagem da juventude, corpo magro, meio adolescente, e lembrava uma boneca, com os olhos e cílios grandes", disse João Braga. Sua silhueta, segundo ele, negava o padrão de beleza dos anos 1950, que pedia mulheres mais robustas, com corpo mais adulto. Só para citar um exemplo: Marilyn Monroe.



Para a empresária e consultora de moda Costanza Pascolato, Twiggy representou na moda o que culturalmente estava acontecendo no mundo. "Nunca na história da humanidade, os jovens tinham tido voz como naquela década. E Twiggy mostrou isso." Segundo ela, foi também a primeira vez que as mulheres mais velhas passaram a ter vontade de ter a cara das jovens.



Mesmo sem o fenômeno de transmissão instantânea de informação experimentado hoje em dia, a garota inglesa foi a "it girl" da década: o que usava virava moda. Disseminou a minissaia pelo mundo, sua forma de se maquiar, realçando os olhos (veja link de dicas como se maquiar como Twiggy), os cabelos curtos e um ar andrógino. Já longe das capas de revistas, em 1973 posou junto com David Bowie para a capa do disco

Pin Ups

do cantor, outro ícone andrógino da época.



Entre 1966 e 1969, Twiggy não só trabalhou como modelo, mas lançou a linha de roupas Twiggy Dresses, voltada para adolescentes, emprestou seu rosto para a Mattel lançar a boneca Twiggy, gravou seu primeiro compacto

Beautiful Dreams

. E, durante sua ovacionada visita promocional aos Estados Unidos, gravou documentários para a rede ABC.



Em 1969, abandonou as revistas e os estúdios de fotografia para se dedicar à carreira de atriz e cantora. Gravou vários discos e participou de outros tantos filmes, o primeiro deles chamado

The Boy Friend, de 1971, um musical dirigido por Ken Russell. E escreveu três autobiografias: Twiggy by Twiggy, em 1968; Twiggy, em 1975, e Twiggy in Black and White, em 1997. Casou-se em 1977 com o ator Marco Whitney. Da união nasceu sua filha Carly. Depois que ficou viúva em 1983, uniu-se com o também ator Leigh Lawson, em 1988.

Costanza Pascolato disse que, agora, Twiggy é uma inglesinha típica, inclusive em um de seus livros dá conselhos certinhos sobre o que usar na moda. Bem distante da garota que foi um dos ícones da revolução cultural dos anos 1960. Seu nome verdadeiro é Lesley Hornby, mas desde aquela época nunca abandonou a marca Twiggy, hoje com sobrenome: Twiggy Lawson, que é inclusive o domínio de seu site oficial.

Fonte: Especial para Terra
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