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Martin Margiela usa tecidos do século 18 e cobre rosto das modelos

O estilista apresentou sua coleção outono-inverno 2014 na semana de alta-costura de Paris

3 jul 2013 - 09h01
(atualizado às 09h02)
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O estilista belga Martin Margiela lançou sua marca em 1988 e ficou conhecido por trazer o desconstrutivismo e as costuras aparentes nas roupas, que virou referência dos anos 90. Desde 2009, não comanda mais sua Maison, que tem à frente um coletivo de estilistas.

Pois bem, o desfile de alta-costura outono-inverno 2014 da marca fez reviver essa vocação de desconstruir para reconstruir. Trabalhou com peças e tecidos vintage, de sedas datadas de 1890 a flores dos anos 20 a 50. Usou também materiais como látex para reconstruir peças básicas, como camisetas, jeans e casacos. E cobriu totalmente o rosto das modelos com máscaras ricamente bordadas: cabochons de mármores, flores e pedrarias.

O látex surgiu nos três primeiros looks, o que parecia ser apenas uma apresentação mais contida. Mas dividida em quatro, foi crescendo e fazendo os convidados ficarem boquiabertos com o rico trabalho de recuperação de peças antigas, trabalhadas artesanalmente - não à toa a coleção chama-se "Artisanal".

A segunda parte trouxe três "bustos", apenas a parte de cima do dorso usado com as máscaras, inspirados em bustos esculpidos, como a de Chopin e de Homero. As modelos traziam as vestimentas cobrindo levemente o seios, como uma sobregola, junto com jeans 5 pockets vintage.

As duas últimas partes foram as mais glamourosas. Uma sucessão de vestidos e xales bordados ou panôs bordados com imagens de pássaros e flores. Um deles foi bordados sobre uma base de seda de 1890, colocados sobre um vestido de cetim rosa.  Essa mistura da mais pura técnica de bordados, como exige sala-costura, podia vir junto com um jeans 5 pockets e um panô de seda do século 18.

A todo foram 19 peças desfiladas, passando por vestidos mais curtos ou para a noite, finalizando com uma sequência de três entradas inspiradas em smoking. O penúltimo foi feito a partir de um usado na Opera de Pequim nos anos 30 e levou 130 horas para ser finalizado. Bordado com motivos florais,  foi parcialmente restaurado e unido a um smoking. Por último, um mantô também feito a partir de uma roupa do vestuário da Ópera de Pequim, dos anos 30, que levou 118 para ficar pronta, sem contar o tempo de bordado.

Fonte: Ponto a Ponto Ideias Ponto a Ponto Ideias
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