Lini revisita glamour de Hollywood com alfaiataria ousada e ombros marcados
Inspirada em Katharine Hepburn e na era de ouro de Hollywood, a grife aposta em alfaiataria sofisticada e releituras contemporâneas que encantaram a passarela
O Auditório Simón Bolívar, no Memorial da América Latina, transformou-se em palco para a Lini revisitar todo o glamour hollywoodiano do passado, sem, no entanto, cair na armadilha da nostalgia óbvia. A coleção Eras equilibrou referências da era de ouro do cinema com peças que dialogam com o guarda-roupa atual em um exercício de tradução temporal que evitou a simples transcrição das referências dessa coleção.
A marca, conhecida por celebrar um visual mais contemporâneo e descomplicado, manteve o seu DNA na alfaiataria precisa de paletós com ombreiras definidas que lembravam os tailleurs de Katharine Hepburn (1907-2003); os vestidos fluidos com aplicações de plumas e cintura marcada reforçavam a atmosfera da apresentação, enquanto as peças de material acetinado brilhante reinterpretaram o conceito visual day-to-night das divas dos anos 1950, já que foram apresentadas em propostas para o dia ou para a noite.
A grande sacada aqui fica por conta de toda a narrativa fragmentada de elementos tão tradicionais da época, que vieram com os cortes assimétricos, o jogo dramático de proporções e comprimentos, os volumes teatrais de mangas e os elementos-surpresa que foram aplicados especialmente em golas e decotes, que transportavam camisas, vestidos e até blazers diretamente para o presente.
Materiais acetinados, conjuntos ao estilo pijama, plumas e laços se unem a um inteligente trabalho de equilíbrio entre passado e presente, com nervuras marcantes, decotes estruturados, styling priorizando camadas distintas e o uso de materiais robustos.
A Lini provou que homenagear o passado não significa copiá-lo e que a alfaiataria, quando bem executada, é tão atemporal quanto as estrelas do cinema.
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