Estilistas holandeses exploram dualidade entre volume e despojamento em nova coleção
Destaque na coluna de Paula Martins, os estilistas holandeses Viktor Horsting e Rolf Snoeren usam a pena, símbolo da liberdade, como ponto de partida
Em sua recente coleção de alta-costura, os estilistas holandeses Viktor Horsting (56) e Rolf Snoeren (56) exploraram o conceito engenhoso da dualidade entre volume e despojamento. Partindo da imagem de uma pena, símbolo de liberdade, mas também ícone clássico da alta-costura, os designers criaram silhuetas monumentais recheadas com mais de 11.500 "penas" artesanais, meticulosamente cortadas em tecidos leves para poder imitar o movimento orgânico das aves.
O resultado foi uma coreografia de contrastes em que cada peça volumosa desfilou ao lado de sua versão mais esvaziada, revelando como o mesmo corte e materiais se transformam quando privados de estrutura. Casacos imponentes, dotados de volumes dramáticos dignos de ópera viravam vestidos assimétricos; camadas rebuscadas se convertiam em camadas desabadas.
A técnica, testada pelos designers em coleções passadas, ganhou novo fôlego com a abordagem lúdica que nos faz refletir sobre a impermanência da forma e seus significados a partir de propostas distintas, entretanto, nascidas de uma mesma influência.
Os chapéus do designer britânico Stephen Jones (68), que traziam esculturas de penas, complementavam a narrativa, enquanto cores mais vibrantes usadas pontualmente em contraste explícito com o preto que dominava a coleção acentuavam o jogo de luz, movimento e dimensão.
Detalhes da beleza do desfile, como franjas longas que escondiam rostos em fios finos e molhados ajudavam a recriar esse jogo de revelação. O fascínio da coleção residia nesse diálogo entre opostos. Cheio e vazio, rígido e fluido, revelado e velado.
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