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O temido HIV
Em 1983, o vírus responsável
pela Síndrome de Deficiência Imunológica
Adquirida (aids) foi isolado pelos pesquisadores Robert Gallo,
nos EUA, e Luc Montagnier, na França. Em 1986, um comitê
internacional recomendou o termo HIV (vírus da imunodeficiência
humana) para denominá-lo, reconhecendo-o como capaz
de infectar seres humanos.
Embora não se conheça a
origem do HIV, sabe-se que existe semelhança com a
família de retrovírus relacionada a primatas
não-humanos (macacos verdes africanos), que vivem na
África sub-saaariana, chamada de vírus da imunodeficiência
símia (SIV). Sabe-se que em rituais religiosos o homem
sacrificava o animal, ingerindo seu sangue; assim, o vírus
SIV pode ter sido transmitido ao homem, sofrido mutação
e passado a atacar a espécie humana.
Simulações feitas por computador,
baseadas nas mutações sofridas pelo vírus,
mostram que o HIV surgiu na década de 30. O vírus
da aids pode ter atingido os seres humanos por volta de 1931,
ou talvez bem antes disso, declararam cientistas britânicos
e americanos. Liderados por Bette Korba, do Laboratório
Nacional de Los Alamos, no Novo México, eles descobriram
que as atuais cepas (raças) do HIV têm um ancestral
comum que viveu há 70 anos.
Os cientistas criaram uma "árvore
genealógica" do HIV usando a variação
entre as cepas atuais como um relógio a fim de calcular
seu tempo de evolução. Como os genes mudam num
ritmo constante, é possível estimar quando as
cepas principais se separaram de sua origem comum. Os pesquisadores
escreveram na revista Science que essa divisão deve
ter ocorrido entre 1915 e 1941, mais provavelmente em 1931.
As possibilidades são de que o
vírus foi transmitido dos macacos para os humanos perto
do fim do século 19, ficando isolado numa pequena população
até aquela época, ou que ele atingiu os humanos
por volta de 1930 e se espalhou imediatamente. Nos dois casos,
as conclusões contrariam a teoria de Ed Hooper no livro
The River, segundo a qual a vacina contra a pólio
desenvolvida a partir de células de chimpanzés
foi a causa primordial da doença.
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