'Quando enfrentamos uma crise, devemos responder juntos', diz presidente da COP30 após incêndio
Fogo atingiu área restrita do evento na tarde de quinta-feira, 20
O presidente da COP30 destacou o trabalho conjunto durante o incêndio em área restrita do evento, reforçando a importância da cooperação global para superar crises e avançar no fortalecimento do Acordo de Paris.
O embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30, agradeceu os esforços do Corpo de Bombeiros e das equipes da organização do evento durante o incêndio que atingiu a Zona Azul, área restrita do evento, na tarde de quinta-feira, 20, em Belém (PA). "Foi muito rapidamente contido e nos lembrou de nossa vulnerabilidade compartilhada e de como, instintivamente, nos unimos para agir em momentos de crise. Isso é exatamente o que caracteriza nossa COP. Quando enfrentamos uma crise, devemos responder juntos", disse.
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O incêndio atingiu o Pavilhão Países, na área restrita da conferência, por volta das 14h. A organização da COP30 informou que 27 pessoas precisaram de atendimento médico. Em nota, o Ministério da Saúde confirmou que, do total de casos, 19 estão relacionados à inalação da fumaça e dois a crise de ansiedade após o ocorrido. Não houve registro de pessoas feridas pelas chamas ou com queimaduras.
Corrêa do Lago também citou uma frase de Mohamed Adal durante seu discurso em uma reunião informal realizada nesta sexta-feira, 21, em uma plenária da COP30. "Muitas pessoas foram realmente muito fortes, muito amigáveis e sensíveis, mas uma chamou minha atenção, e cito meu amigo Mohamed Adal, e o cito:
'Mesmo em um momento de caos, uma coisa se destacou. Pessoas de todos os cantos do mundo, de diferentes nações, credos e afiliações cuidaram umas das outras'", acrescentou.
O embaixador pediu um esforço para que as delegações cheguem a um consenso em relação ao documento final da conferência, que deve sair neste fim de semana. "Acredito que estamos muito próximos do nosso objetivo triplo: fortalecer o multilateralismo, conectar este processo às pessoas e acelerar a implementação do Acordo de Paris. Sabemos que é um desafio considerável porque, em casa, todos os nossos governos enfrentam vários tipos de pressões", continuou.
O embaixador reforçou a adesão dos países às metas estabelecidas no Acordo de Paris, dez anos atrás. "Sabemos que, com o Acordo de Paris, pelo qual lutamos tanto durante tantos anos, se não o fortalecermos, todos perderão. Todos perderão. E hoje mostraremos àqueles que duvidam que a cooperação é o melhor caminho para o clima. Todos sabem que, até mesmo para o país anfitrião, como o Brasil, há desafios muito significativos, e algumas de nossas prioridades podem não avançar da forma que gostaríamos. Mas esta não é uma presidência orientada a fazer o que o país anfitrião prefere", completou.
A declaração de Corrêa do Lago ocorreu horas após a divulgação do rascunho final do texto chamado "Decisão Mutirão", que foi rejeitado por 29 países que afirmaram "não poder auxiliar" e "não poder apoiar um resultado que não inclua um roteiro sobre combustíveis fósseis". Eles exigem "firmemente" uma "proposta revisada".
“Expressamos profunda preocupação com a proposta atual em consideração, que é do tipo ‘aceitar ou rejeitar’. Não podemos apoiar um resultado que não inclua um roteiro. Solicitamos respeitosamente, mas com firmeza, que a presidência apresente uma proposta revisada. O sucesso da presidência dependerá da apresentação de um resultado equilibrado e voltado para o futuro, em vez de pedir que outros aceitem apenas o que os menos ambiciosos estão dispostos a permitir", afirmou o grupo.
*Essa reportagem foi produzida como parte da Climate Change Media Partnership 2025, uma bolsa de jornalismo organizada pela Earth Journalism Network, da Internews, e pelo Stanley Center for Peace and Security.
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