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Esquema de resenhas falsas na Amazon é descoberto por site de cibersegurança

Vendedores contratavam clientes para escrever avaliações positivas no e-commerce da gigante do varejo

11 mai 2021 - 16h14
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Um esquema de falsas resenhas na Amazon foi revelado na quinta-feira, 6, pelo site Safety Detectives, especializado em segurança digital. Segundo o site, cerca de 200 mil pessoas trocavam resenham positivas por produtos gratuitos - a descoberta foi feita após um vazamento de dados, ocorrido entre 1.º e 6 de março deste ano.

As informações expostas foram tiradas de um servidor Elasticsearch, que funciona como mecanismo de análise de dados, e revelam mensagens entre vendedores da varejista e falsos clientes que publicavam resenhas favoráveis de produtos. Esses 'clientes' posteriormente recebiam esses produtos gratuitamente, além da possibilidade de receberem depósitos no valor produto resenha e de cupons na plataforma de e-commerce. O Safety Detectives não deixa claro quem é o dono dessa base de informações.

Entre os dados vazados, tanto de vendedores quanto dos falsos clientes, estão contas de e-mail, números de WhatsApp e Telegram e contas do PayPal, plataforma de carteira digital.

Nesse esquema, vendedores procuram resenhistas falsos e enviam uma lista de produtos que devem ser 'comprados' e 'avaliados' com cinco estrelas, a nota máxima. Feita a avaliação, um depósito em PayPal é realizado para restituir o valor da compra, mantendo os produtos de graça como forma de pagamento.

Essa não seria a primeira vez que resenhas falsas aparecem em plataformas de varejo online. Análise feita pelo jornal americano The Washington Post em 2018 aponta que algumas categorias de produtos da Amazon, como caixas de som e fones de ouvido Bluetooth, pareciam ser de resenhas compradas. Estudo da Organização de Consumidores e Usuários (OCU) de 2019 indica que 8,4% dos produtos da Amazon tinham "pontuação afetada por opiniões interessadas".

O Safety Detectives ressalta que, ao que tudo indica, esses vendedores e resenhistas tentavam fugir dos algoritmos da Amazon, fazendo com que as publicações não fossem censuradas pela gigante do varejo.

Estadão
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