Silvinei Vasques é transferido para Brasília após prisão no Paraguai
Ex-diretor-geral da PRF foi expulso do Paraguai por irregularidades migratórias e uso de documentação falsa; transferência para o Distrito Federal ocorreu na manhã deste sábado
O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, foi transferido para a sede da Polícia Federal em Brasília (DF) neste sábado (27). O deslocamento teve início na unidade da PF em Foz do Iguaçu (PR), de onde o custodiado partiu às 9h20 em uma aeronave oficial, após ter passado a noite de sexta-feira na delegacia paranaense, segundo o g1.
A prisão de Silvinei Vasques ocorreu no Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi, em Assunção, no Paraguai. De acordo com informações do governo paraguaio, o ex-PRF tentava embarcar para El Salvador utilizando documentos em nome de "Julio Eduardo". No momento da abordagem, ele apresentou uma declaração alegando problemas de saúde que o impediriam de falar.
A identificação foi confirmada por meio de comparação de fotografias, numerário de documentos e impressões digitais. Segundo Jorge Kronawetter, diretor de Migrações do Paraguai, o réu confessou a falsidade documental durante o interrogatório. De acordo com o g1, a expulsão foi fundamentada na entrada irregular no país e na tentativa de uso de identidade alheia. Como não havia mandado da Interpol contra ele em solo paraguaio, a autoridade local procedeu com a entrega à Polícia Federal brasileira na aduana de Cidade do Leste.
O ex-diretor foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a uma pena superior a 24 anos de reclusão. A sentença fundamenta-se na participação em tentativa de golpe de Estado, especificamente por atuar no monitoramento de autoridades e na obstrução do trânsito de eleitores durante o processo eleitoral.
A investigação da PF aponta que Vasques rompeu o monitoramento por tornozeleira eletrônica para deixar o país. Relatórios enviados ao STF indicam que ele saiu de sua residência em São José (SC) na noite de 24 de dezembro, às 19h22, utilizando um veículo alugado e transportando um animal de estimação e suprimentos.
As autoridades de segurança realizaram tentativas de localização no endereço cadastrado antes da prisão no exterior:
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24 de dezembro (20h10): A Polícia Penal de Santa Catarina esteve no imóvel, mas não encontrou o morador nem o veículo.
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25 de dezembro (23h00): A Polícia Federal realizou nova vistoria, confirmando a ausência do réu e a vacância da garagem.
O ministro Alexandre de Moraes decretou a prisão preventiva de Silvinei Vasques, citando o descumprimento do recolhimento domiciliar noturno e a efetivação de fuga para evitar a aplicação da lei. O Ministério Público do Paraguai deve investigar a origem dos documentos portados pelo ex-diretor para verificar se foram objeto de roubo ou extravio.