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Promotor afirma: "Racha na cúpula do PCC pode ser o fim da era Marcola"

O prognóstico é apresentado pelo promotor de Justiça Lincoln Gakiya, um veterano de duas décadas de investigação sobre a organização criminosa

2 abr 2024 - 13h03
(atualizado às 13h06)
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O embate na cúpula do Primeiro Comando da Capital (PCC) sinaliza o possível término da influência e liderança de Marco Willians Herbas Camacho, conhecido como Marcola. Ele estava no topo da hierarquia da maior facção criminosa do Brasil.

Marcola estava no topo da hierarquia da maior facção criminosa do Brasil
Marcola estava no topo da hierarquia da maior facção criminosa do Brasil
Foto: Reprodução/Redes sociais / Perfil Brasil

O prognóstico é apresentado pelo promotor de Justiça Lincoln Gakiya, um veterano de duas décadas de investigação sobre o PCC. Gakiya já foi alvo de planos de sequestro e assassinato pela facção, revelados pela Polícia Federal em 2023.

Em entrevista ao jornal Metrópoles, Gakiya delineia a atual guerra interna na cúpula do PCC como a quarta em três décadas de existência da organização. Ele destacou que esta é a primeira vez que a liderança de Marcola é verdadeiramente desafiada. "Na prática, o PCC rachou e, desta forma (ameaça seu líder), isso nunca aconteceu desde que o Marcola tomou o poder, lá em 2002", diz Gakiya.

Crise na liderança de Marcola

O conflito atual questiona a liderança de Marcola por três ex-aliados de longa data: Roberto Soriano, conhecido como Tiriça, Abel Pacheco de Andrade, o Abel Vida Loka - ambos integrantes da alta cúpula desde 2002 - e Wanderson Nilton de Paula Lima, conhecido como Andinho.

O estopim do desentendimento parece ser um diálogo gravado entre Marcola e agentes da Penitenciária Federal de Porto Velho (RO). Na gravação, ele supostamente rotula Tiriça como um "psicopata". Gakiya também diz que "Esses caras (Tiriça, Abel Vida Loka e Andinho) ajudaram a fazer o PCC crescer, com eles todos na liderança. É gente do topo da pirâmide, parceiros muito próximos que, agora, são inimigos".

Esse comentário foi crucial no julgamento de Tiriça, que foi condenado a 31 anos de prisão em 2023. Ele havia sido acusado de ser o mandante do assassinato de uma psicóloga. A fala de Marcola, interpretada como uma possível delação pelos antigos aliados, agravou ainda mais as tensões.

Tiriça estava prestes a ser libertado caso não fosse condenado, ressalta o promotor do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de São Paulo (MPSP). Este desdobramento marca um ponto crítico na história do PCC. São implicações significativas para a estrutura e a liderança da organização criminosa mais poderosa do país.

* Matéria publicada com supervisão de Ricardo Parra.

Perfil Brasil
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