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Polícia mira financiadores dos movimentos antidemocráticos

Linha de investigação sobre o financiamento das ações deve ser aberta

22 jun 2020 - 14h29
(atualizado às 14h41)
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Depois de uma operação de buscas em um imóvel utilizado por grupos bolsonaristas no fim de semana, o delegado responsável pela Coordenação Especial de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Cecor) da Polícia Civil do Distrito Federal, Leonardo de Castro, afirmou nesta segunda-feira, 22, que, após analisar o material apreendido e confirmados os crimes suspeitos, a polícia pode abrir uma linha de investigação sobre o financiamento das ações.

Apoiador do presidente Jair Bolsonaro durante protesto em Brasília
31/05/2020
REUTERS/Ueslei Marcelino
Apoiador do presidente Jair Bolsonaro durante protesto em Brasília 31/05/2020 REUTERS/Ueslei Marcelino
Foto: Reuters

Até o momento, a apuração da Polícia Civil indica que o imóvel alvo da operação de ontem - uma chácara na região de Arniqueiras - pertenceria a um empresário de Goiânia (GO). Sem citar nomes, o delegado disse que o dono seria um dos membros do grupo e já teria inclusive ameaçado o governador Ibaneis Rocha (MDB) nas redes sociais. "Pode ser um indício de que ele seja um dos financiadores do grupo, justamente por disponibilizar esse imóvel, caso seja confirmada a propriedade."

Na semana passada, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, determinou a quebra do sigilo bancário de dez deputados e um senador aliados do governo, por suspeita de financiamento de atos antidemocráticos envolvendo grupos extremistas pró-governo.

Na operação realizada nesse domingo, houve busca e apreensão na chácara, um dos pontos de apoio dos grupos pró-governo conhecidos como "300 do Brasil", "Patriotas" e "QG Rural".

A ação aconteceu antes da manifestação em defesa do governo ocorrida na Esplanada dos Ministérios. A polícia informou ter apreendido fogos de artifício, manuscritos com planejamento de ações e discursos, cartazes, aparelhos de telefone celular, um facão, um cofre, além de imagens das câmeras de segurança da propriedade.

A Polícia Civil investiga a prática de supostos crimes de milícia privada, ameaças e porte de armas por membros do grupo. "Há um tempo, manifestantes vêm, através de redes sociais, emitindo declarações que ultrapassam o limite da liberdade de expressão e acabam configurando crimes", afirmou o delegado.

Ao longo da última semana, integrantes do grupo "300 do Brasil" foram alvo da polícia após ameaças a Ibaneis e a ministros do STF. A líder do movimento, a extremista Sara Giromini, teve o habeas corpus negado e segue detida na Colmeia - penitenciária feminina no complexo do Presídio da Papuda.

Estadão
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