Número de problemas com bagagens em viagens aumenta. Saiba se prevenir
Segundo o último relatório da SITA, a taxa global de extravios chega a quase 75% ao ano anterior
A taxa global de extravio de bagagens em viagens internacionais cresceu 74,7% em 2023, em comparação com o ano anterior, segundo relatório anual mais recente da SITA (Sociedade Internacional de Telecomunicações Aeronáuticas). A pesquisa também aponta aumento de 42% nas malas atrasadas.
Segundo os dados da SITA, a taxa global de extravio foi de 7,6 malas a cada mil passageiros. Entre os principais apontamentos para o problema está a escassez de funcionários nos aeroportos, além da superlotação com a retomada das viagens no pós-pandemia.
Um dos casos mais emblemáticos de problemas com bagagem aconteceu no ano passado, com as brasileiras Kátyna Baía e Jeanne Paolini. As duas foram detidas no aeroporto de Frankfurt, na Alemanha, sob a acusação de transportarem 40kg de cocaína na bagagem.
Após mais de um mês presas, foram liberadas depois que a investigação descobriu que as etiquetas de suas bagagens haviam sido trocadas no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo.
A situação acendeu o alerta entre viajantes nacionais e internacionais, despertando o medo de perder ou ter as malas extraviadas. Para se prevenir, uma das dicas é usar um rastreador de bagagens, como aponta a ExpressVPN, empresa de segurança cibernética.
Como funciona um rastreador de bagagens
Os rastreadores de malas são dispositivos eletrônicos que permitem aos passageiros acompanhar a localização de suas bagagens despachadas, conforme aponta a matéria da ExpressVPN. Eles funcionam usando uma variedade de tecnologias, incluindo GPS, Bluetooth e Wi-Fi.
Como são leves e pequenos, fixam muito facilmente na bagagem. Quando está conectado, o rastreador envia a localização da mala ao smartphone, tablet ou computador por Bluetooth ou WiFi. A partir daí, a pessoa usuária consegue visualizar a localização por um mapa ou lista.
E qual é melhor? Bluetooth ou GPS, por exemplo? Isso vai depender das suas necessidades específicas. Para quem precisa rastrear objetos a curta distância, o Bluetooth atende bem porque é pequeno e fácil de usar.
De modo geral, se conecta ao smartphone via Bluetooth e envia sua localização para um aplicativo. No entanto, esse tipo de rastreador tem um alcance limitado, a uma distância de até 120-240 metros. Então, se quer ver onde sua mala está em um raio mais amplo, talvez, o ideal seja um rastreador por GPS.
O dispositivo usa satélites para rastrear a localização de um item. Por isso, é mais preciso do que os rastreadores Bluetooth e podem seguir itens a longas distâncias. Apenas são maiores e mais caros, logo, vai depender também do orçamento.
Outras formas de se prevenir
Os rastreadores de bagagem, entretanto, não são as únicas formas de se proteger uma bagagem extraviada. Conforme o artigo da ExpressVPN aponta, alguns costumes pessoais, mesmo, podem evitar uma grande dor de cabeça e transformar sua viagem em verdadeiro transtorno.
Proteja sua bagagem
Embora nenhuma proteção vá, exatamente, blindar sua bagagem, os criminosos geralmente preferem aquelas mais vulneráveis. Por isso, antes de despachar sua mala, lembre-se de fechá-la com cadeado para aumentar sua segurança. Porém, isso nem sempre é o suficiente, pois dá para abrir o zíper com uma simples caneta.
Então, o ideal é usar um lacre e prender os fechos de zíper nas alças. Assim, fica mais difícil que outra pessoa tente abrir. Vale também envelopar a mala com um plástico, por exemplo.
Diferencie sua mala
Quando buscamos nossas malas na esteira, às vezes, fica até difícil identificá-las por serem parecidas com outras que estão por ali. Uma tática é dar um jeito de diferenciar a sua, colocando adesivos, fitas e outros recursos. Ou, se possível, adquira uma de modelo bem diferente mesmo, daquelas que raramente serão encontradas iguais.
Use mais de uma etiqueta
As tags, ou etiquetas de bagagem, também são uma forma de proteger sua mala de ser extraviada. Mas, aquela que vai por fora pode se danificar facilmente ou até mesmo rasgar nos procedimentos de despacho. Por isso, coloque uma etiqueta também no interior da mala, colocando todos os seus dados.
Fotografe os volumes
Outra forma de comprovar a propriedade da sua mala, conforme o artigo que citamos da ExpressVPN, é fotografar o que está dentro. Faça fotos antes de fechar, após lacrar e, preferencialmente, enquanto estiver sendo despachada.
Preste atenção na etiqueta de bagagem
O check-in é uma das etapas mais importantes porque é nesse momento que as bagagens são etiquetadas com as informações do passageiro e do voo. No entanto, pequenos erros podem causar grandes transtornos.
Uma etiqueta mal impressa ou com informações erradas, por exemplo, pode fazer com que a mala seja desviada para outro destino. Isso pode acontecer se o código de barras estiver incorreto ou o nome do passageiro escrito de forma diferente do documento de identidade.
Além disso, mesmo que a etiqueta esteja correta, a mala pode acabar no carrinho errado, seja por erro humano ou da máquina. Sobretudo quando as malas são parecidas. Por isso, aquele papel que você recebe no balcão da companhia aérea é fundamental.
Na etiqueta de bagagem, o sistema insere um código de identificação, peso e quantidade de cada item despachado. Via de regra, você recebe um comprovante enquanto a etiqueta é colada na mala.
A dica do artigo citado da ExpressVPN é: guarde o documento que lhe for entregue e, preferencialmente, fotografe este e o que for na mala. Observe, ainda, se o número de etiquetas impressas corresponde exatamente ao volume em despacho. Ainda, se cada mala recebeu sua devida identificação.
Retire etiquetas de viagens anteriores
Ainda sobre as etiquetas, sempre retire aquelas das viagens anteriores da mala. Os funcionários da companhia ou mesmo as máquinas de triagem podem se confundir com tantos indicativos diferentes e direcionar sua mala a outro destino.
E as companhias? Ajudam a prevenir?
Diante do aumento de problemas, o que dizem as companhias aéreas? Conforme o IATA, a falha no carregamento das bagagens foi uma das principais causadoras do aumento no problema com extravios.
Por parte das companhias aéreas, há investimento nas informações em tempo real para identificar o status das malas. De fato, esta seria uma das prioridades das empresas. A expectativa é de que, até 2025, 84% utilize essas informações aos funcionários por meio de dispositivos móveis e 67% pretende fornecê-las aos passageiros.