TikTok assina acordo para vender operação nos EUA
O acordo colocaria fim a anos de esforços de Washington para forçar a ByteDance a vender suas operações nos EUA.
A ByteDance, proprietária chinesa do TikTok, assinou acordos com investidores americanos e globais para vender a maior parte de seus negócios nos Estados Unidos, segundo informou o CEO (diretor-executivo) da plataforma a funcionários nesta quinta-feira (18/12).
Metade da joint venture (sociedade comercial) será de propriedade de um grupo de investidores, entre eles a Oracle, a Silver Lake e a MGX, uma empresa de investimentos dos Emirados Árabes.
Essas informações constam em um memorando enviado pelo CEO do TikTok Shou Zi Chew.
O acordo, que deve ser concluído em 22 de janeiro, encerraria anos de esforços de Washington para forçar a ByteDance a vender suas operações nos EUA devido a preocupações com a segurança nacional.
O acordo está em linha com um anúncio de setembro, quando o presidente dos EUA, Donald Trump, adiou a aplicação de uma lei que baniria o aplicativo no país, a menos que fosse vendido.
No memorando, o TikTok afirmou que o acordo permitirá que "mais de 170 milhões de americanos continuem descobrindo um mundo de infinitas possibilidades como parte de uma comunidade global vital".
Pelo acordo, a ByteDance manterá 19,9% do negócio, enquanto a Oracle, a Silver Lake e a MGX, com sede em Abu Dhabi, terão 15% cada.
Outros 30,1% serão detidos por afiliadas de investidores existentes da ByteDance, de acordo com o memorando.
A Casa Branca afirmou anteriormente que a Oracle, cofundada por Larry Ellison, apoiador de Trump, licenciará o algoritmo de recomendação do TikTok como parte da negociação.
Em abril de 2024, durante o governo do presidente Joe Biden, o Congresso dos EUA aprovou uma lei para banir o aplicativo por questões de segurança nacional, a menos que fosse vendido.
A lei deveria entrar em vigor em 20 de janeiro de 2025, mas foi adiada várias vezes por Trump, enquanto seu governo negociava um acordo de transferência da operação americana.
Trump disse em setembro que, em conversa por telefone, o presidente da China, Xi Jinping, teria dado sinal verde para o acordo.
A Casa Branca encaminhou a BBC ao TikTok quando contatada para emitir um posicionamento sobre o negócio.
A Oracle não quis se manifestar.