Putin "não leva a paz a sério", diz premiê britânico após ataque aéreo da Rússia contra Ucrânia
Os últimos ataques "covardes" da Rússia contra a Ucrânia mostram que o presidente russo, Vladimir Putin, "não leva a paz a sério", afirmou neste domingo (7) o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer. Segundo a Força Aérea da Ucrânia, a Rússia lançou pelo menos 805 drones e 13 mísseis contra o país entre a noite de sábado (6) e a manhã de domingo (7), atingindo áreas residenciais e a sede do governo em Kiev. Trata-se da maior ofensiva aérea desde o início do conflito, em fevereiro de 2022.
Os últimos ataques "covardes" da Rússia contra a Ucrânia mostram que o presidente russo, Vladimir Putin, "não leva a paz a sério", afirmou neste domingo (7) o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer. Segundo a Força Aérea da Ucrânia, a Rússia lançou pelo menos 805 drones e 13 mísseis contra o país entre a noite de sábado (6) e a manhã de domingo (7), atingindo áreas residenciais e a sede do governo em Kiev. Trata-se da maior ofensiva aérea desde o início do conflito, em fevereiro de 2022.
Emmanuelle Chaze, correspondente da RFI em Kiev, com agências
"Pela primeira vez, o coração do governo civil ucraniano foi atingido. Esses ataques covardes mostram que Putin se sente impune. Ele não leva a paz a sério. Hoje, mais do que nunca, precisamos manter firme nosso apoio à Ucrânia e à sua soberania", disse Starmer em comunicado.
O presidente francês, Emmanuel Macron, também condenou os ataques. "A Rússia se aprofunda cada vez mais na lógica da guerra e do terror", afirmou. Em mensagem publicada na rede social X, Macron criticou os bombardeios "indiscriminados, inclusive em áreas residenciais e na sede do governo", e garantiu que a França continuará "fazendo tudo para que uma paz justa e duradoura prevaleça".
"Esses ataques de escala inédita, menos de duas semanas após uma ofensiva massiva contra Kiev, representam uma nova escalada e demonstram, mais uma vez, que a Rússia não tem qualquer intenção de buscar a paz", declarou um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da França.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que conversou com Macron neste domingo sobre os ataques. "Coordenamos nossos esforços diplomáticos, os próximos passos e os contatos com nossos parceiros para garantir uma resposta adequada", escreveu Zelensky no Telegram. "Com a França, estamos preparando novas medidas para reforçar nossas defesas", acrescentou.
Ataques atingem civis
"Pela manhã, houve um breve momento em que o alerta foi suspenso, mas logo depois ele voltou. Foram novos alertas de mísseis. A sede do governo foi atingida e pegou fogo", relatou a jornalista ucraniana Tetyana Ogarkova à RFI.
No bairro de Svyatochyn, dois prédios residenciais pegaram fogo, um de nove andares e outro de doze. Uma mulher grávida e seu recém-nascido, lançados pela força da explosão a partir do sexto andar, foram encontrados mortos entre os escombros. Uma idosa morreu em um abrigo, vítima do estresse durante os ataques.
Na noite de sábado (6) para domingo (7), também foram registrados bombardeios russos em outras regiões, incluindo Dnipropetrovsk. Segundo o governador militar Serguiï Lyssak, um homem de 54 anos morreu e infraestruturas foram atingidas em um ataque que envolveu drones e mísseis.
As autoridades locais relataram ainda a morte de uma mulher por bombas aéreas guiadas na região de Zaporíjia, no sudeste, na manhã de domingo, e outra vítima fatal no sábado à noite na região fronteiriça de Sumy, no nordeste. As forças russas ocupam atualmente cerca de 20% do território ucraniano.
As cidades de Kriviy Rih e Odessa e a região de Chernihiv também foram atingidas. A Rússia afirmou neste domingo que seus bombardeios tiveram como alvo apenas instalações militares e infraestruturas.
Pressão internacional
Enquanto os esforços diplomáticos do presidente americano Donald Trump para convencer a Rússia a aceitar um cessar-fogo seguem sem resultados, aliados europeus de Kiev, entre eles a França, tentam convencer os Estados Unidos a aumentar a pressão sobre Moscou.
Uma coalizão de 26 países, principalmente europeus, declarou estar pronta para oferecer garantias de segurança à Ucrânia após um eventual cessar-fogo. A proposta inclui o envio de tropas terrestres, desde que os Estados Unidos apoiem e deem respaldo à operação. O governo russo já afirmou que poderá atacar tropas ocidentais que estiverem apoiando as forças ucranianas.
Ataque ucraniano
A Ucrânia realizou um novo ataque contra o oleoduto Druzba, na região russa de Briansk, provocando um incêndio que causou "danos significativos" à infraestrutura, informou neste domingo o comandante das forças de drones, Robert Brovdi, pelo Telegram.
O ataque não afetou o fornecimento de petróleo à Eslováquia e à Hungria, segundo autoridades desses dois países, que continuam comprando petróleo da Rússia. Os demais membros da União Europeia interromperam as importações após a invasão da Ucrânia.
A Rússia não comentou o ataque até o momento. As entregas de petróleo à Eslováquia e à Hungria foram interrompidas várias vezes nas últimas semanas por ataques ucranianos ao oleoduto.
Desta vez, no entanto, isso não ocorreu, segundo um porta-voz da refinaria húngara MOL e a ministra da Economia da Eslováquia, Denisa Sakova. O presidente Zelensky afirmou nesta semana ao primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, que os ataques contra infraestruturas energéticas russas continuarão enquanto Moscou continuar atacando instalações ucranianas.