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Papa Francisco facilita e barateia anulação de casamento na Igreja

8 set 2015 - 10h56
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O papa Francisco anunciou hoje reformas voltadas para simplificar a anulação de casamentos, o que poderia facilitar a vida de católicos que pretendem encerrar suas relações e iniciar um novo casamento dentro da Igreja Católica.

Papa Francisco impulsionou revisão do processo de anulação dos casamentos, cujo resultado foi divulgado hoje
Papa Francisco impulsionou revisão do processo de anulação dos casamentos, cujo resultado foi divulgado hoje
Foto: Divulgação/BBC Brasil

A Igreja Católica não reconhece o divórcio, e prega que o casamento é para sempre.

Em setembro do ano passado, contudo, o papa informou ter nomeado uma comissão para propor a reforma nesses procedimentos, para "simplificá-los e racionalizá-los enquanto garante o princípio da indissolubilidade do casamento".

Nesta terça-feira, o Vaticano divulgou os termos da reforma.

Até hoje, para anular seus casamentos, católicos precisavam provar que as uniões não haviam sido válidas desde o início, porque pré-requisitos como livre arbítrio e disposição para ter filhos não estavam presentes.

Mudanças e ressalvas

A reforma radical proposta pelo papa permite acesso a procedimentos gratuitos e decisões rápidas, e extingue apelações automáticas.

O processo atual para obtenção do chamado "decreto de nulidade" do casamento já foi classificado como arcaico, caro e burocrático. Os casais precisam apresentar fatos da vida conjugal e da época de namoro, motivações para fazer o pedido e indicar testemunhas.

Católicos em busca da anulação do casamento até então também precisavam de aval de dois tribunais da Igreja. A reforma irá restringir esse processo a um tribunal, embora as apelações sejam mantidas.

O novo procedimento rápido permitira que bispos concedam a anulação diretamente se os dois parceiros fizerem a requisição.

Pela natureza complicada do processo, casais normalmente pediam ajuda especializada, o que tornava a anulação custosa.

Sem a anulação, católicos que se divorciam e casam fora da Igreja são considerados adúlteros e não podem, por exemplo, receber comunhão.

Especialistas afirmam, contudo, que ainda será necessário provar o "erro original" do casamento. Com isso, muitos casais que foram felizes e apenas avaliam que a relação chegou a um fim natural se sentirão desconfortáveis em confirmar as premissas do processo de anulação.

Em escritos sobre as mudanças, o papa Francisco afirmou que era injusto que casais fossem "oprimidos pela escuridão ou pela dúvida" sobre a possibilidade de anulação de suas uniões.

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