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Papa defende acordo com China e diz que diálogo é necessário

1 set 2021 - 13h03
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O papa Francisco defendeu o acordo do Vaticano com o governo da China a respeito da indicação de bispos católicos no país de regime comunista, dizendo que um diálogo incômodo é melhor do que nenhum diálogo.

Papa Francisco concede entrevista a uma rádio espanhola na Cidade do Vaticano
01/09/2021
Carlos Herrera en COPE/Divulgação via REUTERS
Papa Francisco concede entrevista a uma rádio espanhola na Cidade do Vaticano 01/09/2021 Carlos Herrera en COPE/Divulgação via REUTERS
Foto: Reuters

Em entrevista à rede de rádios espanhola Cope nesta quarta-feira, Francisco comparou o diálogo do Vaticano com a China àqueles com países do leste da Europa durante a Guerra Fria, que acabaram resultando em muitas liberdades para a Igreja naquela região.

"A China não é fácil, mas estou convencido de que não deveríamos desistir do diálogo", disse ele em alguns dos comentários mais abrangentes sobre o tema até hoje.

Em setembro passado, o Vaticano renovou um acordo de 2018 com Pequim que dá ao papa a última palavra sobre a indicação de bispos chineses. O pacto estabeleceu um diálogo formal com a China depois de décadas durante as quais os católicos chineses fiéis ao papa foram empurrados à clandestinidade.

Críticos, incluindo o governo do ex-presidente norte-americano Donald Trump, tentaram convencer o Vaticano a abandonar o acordo, dizendo que compromete a autoridade moral do pontífice.

Comentários do ex-secretário de Estado norte-americano Mike Pompeo em setembro passado, que o Vaticano considerou uma intromissão em seus assuntos soberanos, desencadearam uma pequena crise diplomática.

"Você pode ser enganado no diálogo, pode cometer erros, tudo isso... mas é o caminho. Uma mente fechada nunca é o caminho", disse o papa a respeito do acordo com a China, que tem oposição sobretudo de grupos católicos conservadores.

"O que se conseguiu até agora na China foi ao menos diálogo... algumas coisas concretas, como a indicação de bispos novos, lentamente... mas estes também são passos que podem ser questionáveis", disse.

Francisco comparou as relações com Pequim à política de "passos pequenos" adotada pelo cardeal Agostino Casaroli, um diplomata renomado do Vaticano, com países do bloco soviético do leste europeu a partir dos anos 1960.

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