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Papa ataca líderes corruptos ao encerrar visita a Moçambique

6 set 2019 - 13h23
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Ao encerrar sua visita a Moçambique nesta sexta-feira, o papa Francisco repreendeu líderes políticos e empresariais do país do leste africano que se permitem ser corrompidos por estrangeiros.

Papa Francisco celebra missa em estádio em Maputo, Moçambique
06/09/2019
REUTERS/Yara Nardi
Papa Francisco celebra missa em estádio em Maputo, Moçambique 06/09/2019 REUTERS/Yara Nardi
Foto: Reuters

Em seu último dia no país Francisco visitou um hospital para aidéticos administrado pela comunidade de Sant' Egidio e rezou uma missa para cerca de 60 mil pessoas no estádio nacional de Maputo.

No hospital e em sua homilia, Francisco falou de todos os quatro temas principais de sua viagem ao país, além de Madagascar e das Ilhas Maurício: paz, pobreza, corrupção e proteção ambiental.

"Moçambique é uma terra de recursos naturais e culturais abundantes, mas paradoxalmente grande quantidade de seu povo vive abaixo da linha da pobreza", disse Francisco no estádio, localizado em uma área da capital em que muitas pessoas vivem em favelas com casas de teto de folhas de metal.

No hospital para doentes com Aids, o papa viu uma cruz feita de madeira e farpas de metal do teto desabado da casa de uma idosa.

De acordo com o Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (PMA), 80% da população de Moçambique não pode arcar com os custos mínimos de uma dieta adequada.

"Às vezes parece que aqueles que se aproximam com o desejo alegado de ajudar têm outros interesses. Infelizmente, isso acontece com irmãos e irmãs da mesma terra, que se deixam corromper. É muito perigoso pensar que este é o preço a pagar pela ajuda estrangeira", disse Francisco.

Moçambique está no último quarto do Índice de Percepção da Corrupção da Transparência Internacional.

Embora o papa não tenha dado nenhum exemplo específico de corrupção, o país ainda luta para se recuperar do impacto do escândalo de uma dívida de 2 bilhões de dólares, no qual centenas de milhões de dólares de empréstimos garantidos pelo governo moçambicano desapareceram.

A rigor, o dinheiro foi emprestado para desenvolver estaleiros, segurança marítima e um empreendimento de pesca de atum, mas agora autoridades dos Estados Unidos dizem que os projetos foram uma farsa elaborada para um esquema de subornos e propinas. Enquanto isso, barcos adquiridos para os projetos estão enferrujando em portos do país.

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