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Oriente Médio

Judeus celebram a Shavuot, festividade que marca a entrega da Torá

8 jun 2011 - 06h00
(atualizado às 06h10)
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Os judeus celebram a partir desta noite a festividade de Shavuot, com a qual lembram a entrega da Torá a seu povo e durante a qual costumam comer produtos lácteos para lembrar a promessa divina de uma terra rica em "leite e mel".

A festa teve início em Israel com o pôr-do-sol desta terça-feira e se prolongará até a noite de quarta-feira. Shavuot significa "Semanas", pelas sete semanas que devem transcorrer desde a Páscoa até sua celebração, embora também seja conhecida no cristianismo como "Pentecostes", que significa "50 dias".

"É uma festa na qual lembramos a entrega da Torá. Há 3,3 mil anos o Senhor nosso Deus desceu ao Monte Sinai e nos deu o Tanach, os cinco livros da Torá e os dez mandamentos", explica o rabino Shmuel Rabinovitch.

Ele se referiu assim à famosa imagem produto da iconografia judaica-cristã pela qual Moisés recebe os Dez Mandamentos. Considerada uma das três festividades de peregrinação a Jerusalém, Shavuot completa junto com a Páscoa e a festa dos Tabernáculos as celebrações que lembram o êxodo e o deambular bíblico do povo judeu após sua saída do Egito.

Além disso, os dias que devem transcorrer desde a Páscoa - que marca o êxodo em si - até a recepção das Tábuas da Lei, constituíram para os bíblicos israelitas um período de purificação espiritual até receber a Torá, os fundamentos da lei religiosa judaica.

"Neste dia nos transformamos em povo, nos filhos de nosso Senhor, nos transformamos em uma única família e recebemos nossos valores, costumes e a tradição judaica", ressalta Rabinovich.

O Antigo Testamento também associa Shavuot com a colheita de trigo e frutas e marca o momento em que os primeiros frutos foram levados ao Sagrado Templo como uma ação de graças. Atualmente, ao não existir esse santuário, os judeus costumam comparecer ao Muro das Lamentações, que era a parede ocidental sobre a qual se levantava o Templo, para rezar no início do dia.

A festividade também se caracteriza pelo consumo de produtos lácteos, normalmente os queijos, o que responde a distintas explicações rabínicas.

Uma delas é o bíblico Cântico dos Cânticos, que se refere ao doce valor nutritivo da Torá dizendo: "a doçura da Torá manha de seus lábios, como mel e leite jazem sob tua língua", assim como outra passagem na qual Deus prometia que na Terra de Israel emanavam "leite e mel".

Outro versículo relaciona a festividade de Shavuot com a proibição de misturar o leite e seus derivados com a carne, que se soma à lenda que diz que, ao receber a Torá no Monte Sinai, os judeus conheceram as obrigações de cumprir as leis de alimentação judaica e o sacrifício de animais. Como não tiveram tempo de preparar a carne que cumprisse com esses preceitos, decidiram comer lácteos em seu lugar.

Da mesma forma que outros anos, a imprensa israelense publicou por ocasião da festividade estatísticas sobre o consumo de produtos lácteos no Estado judeu, que no ano passado chegou a 9 bilhões de shekels.

Como últimas novidades no mercado, se destacam queijos como o Gouda holandês e o Manchego, que há algumas décadas eram proibidos no país e agora são produzidos de acordo com os preceitos de alimentação dos judeus.

A festividade de Shavuot foi a primeira em que os judeus puderam retornar para rezar no Muro das Lamentações em 1967 após a tomada da parte leste de Jerusalém na Guerra dos Seis Dias.

EFE   
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