Israel reage e ataques são retomados após fim de cessar-fogo
Cessar-fogo terminou oficialmente às 8h locais (2h de Brasília); após disparos contra seu território, Israel reagiu e voltou a atacar áreas da Faixa de Gaza
As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) disseram nesta sexta-feira que foguetes foram interceptados pelo sistema antimísseis do país minutos depois do fim do cessar-fogo de três dias na Faixa de Gaza, enquanto vários outros caíram em locais sem causar perigo, e por isso revidou e atacou algumas áreas da região. Apesar das tentativas, não houve acordo para uma extensão da trégua ou o fim dos conflitos.
Pouco antes, o movimento islâmico Hamas já havia anunciado que não manteria o cessar-fogo com Israel, uma vez que o Estado hebreu não havia concordado em aceitar suas exigências, entre elas acabar com o bloqueio sobre Gaza. A trégua terminou oficialmente às 5h GMT (8h locais, 2h em Brasília).
Segundo as IDF, ao menos dois foguetes foram interceptados sob a cidade de Ashkelon, no sul do país, pelo Domo de Ferro, enquanto outros projéteis disparados teriam caído em áreas abertas e desabitadas perto da divisa com Gaza.
Ainda de acordo com os militares israelenses, em aproximadamente três horas desde o fim da trégua, ao menos 18 foguetes haviam sido disparados de Gaza em direção ao seu território, o que levou Israel a responder aos ataques.
Em um breve comunicado para a imprensa, a Jihad Islâmica reivindicou a autoria dos primeiros lançamentos de foguetes.
Já o movimento islamita Hamas se limitou a dizer que não foi acordada nenhuma prorrogação da trégua, mas que as negociações no Cairo, a capital do Egito, continuam. Para Sami Abu Zuhri, o porta-voz do Hamas, as acusações de disparos por Israel "servem apenas para criar confusão e misturar as coisas".
Representantes israelenses e palestinos realizaram uma longa reunião até a noite dessa quinta-feira no Cairo, mediada pelos anfitriões, para tentar uma extensão do cessar-fogo, mas o encontro terminou sem acordo.
Fim de cessar-fogo faz rotinas serem retomadas
A divisão de Defesa Civil das IDF instaurou novamente nesta sexta-feira as medidas de emergência em um raio de 40 quilômetros ao redor da Faixa de Gaza, reabriu os refúgios e proibiu a concentração de pessoas em um raio de 80 quilômetros, informaram fontes militares.
A medida, que afeta mais de 1 milhão de pessoas de Gaza até a cidade de Rishon Lezion, ao sul de Tel Aviv, foi tomada depois que 18 foguetes foram lançados hoje contra o território israelense, sem causar vítimas e danos.
No sul de Israel, os prefeitos de quase todas as localidades emitiram ordens para que sejam evitadas as concentrações de pessoas e pediram que seus moradores permaneçam próximos dos refúgios.
Em Gaza, milhares de civis começaram a deixar suas casas nas regiões norte e leste do território palestino por temerem ataques de Israel.
Iniciada no último dia 8 de julho, a operação israelense Barreira Protetora matou pelo menos 1.890 palestinos, incluindo 430 crianças, de acordo com o Ministério palestino da Saúde. Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), 73% das vítimas são civis. Do lado israelense, 64 soldados e três civis morreram.
A guerra também pulverizou a já fragilizada economia da Faixa de Gaza, um pequeno território de 360 quilômetros quadrados, no qual 1,8 milhão de pessoas tentam sobreviver ao bloqueio imposto por Israel.
12 de junho - Três adolescentes desapareceram na Cisjordânia. Exército israelense estabeleceu controle nas estradas da região de Gush Etzion e de Hebron e fez batidas em um bairro da localidade palestina de Dura, ao sudoeste de Hebron, para encontrá-los.
Foto: AP
14 de junho - Israel detém 80 palestinos e bloqueia Cisjordânia durante busca por adolescentes. Exército israelense informou do "fechamento de todo o distrito da Judeia e Samaria
Foto: Nasser Shiyoukhi / AP
15 de junho - Chefe do Parlamento palestino e membro do Hamas, Aziz Dweik foi preso por tropas de Israel, durante uma onda de prisões ligadas a uma caçada em massa por três adolescentes sequestrados.
Foto: AFP
18 de junho - Soldados israelenses entram em uma casa à procura de três adolescentes israelenses desaparecidos, que temem terem sido sequestrados por militantes palestinos, na aldeia de Taffouh perto da cidade de Hebron
Foto: AP
20 de junho - Soldados israelenses participam de operação de buscas na Cisjordânia. Durante a operação, o exército israelense deteve 25 palestinos na Cisjordânia
Foto: Reuters
20 de junho - Como retaliação ao sequestro dos adolescentes israelenses, exército israelense mata adolescente palestino. Jovem foi baleado no peito e morreu em um hospital de Hebron
Foto: AFP
22 de junho - Exército israelense continua operação contra o movimento islamita Hamas por causa do desaparecimento de três jovens judeus há nove dias. Outros dois palestinos são mortos em ações do Exército israelense
Foto: AP
22 de junho - Adolescente israelense morre em explosão nas Colinas de Golã. Fato na Colinas de Golã (foto) coincide com uma espiral de tensão na região pelo suposto sequestro de três adolescentes israelenses em um cruzamento da Cisjordânia
Foto: Wikimedia
29 de junho - Milhares de israelenses se reúnem para uma manifestação pedindo a libertação dos três adolescentes israelenses em falta, temidos raptadas na Cisjordânia em 12 de junho, em Tel Aviv, Israel
Foto: Oded Balilty / AP
29 de junho - Uma mulher israelense detém um cartaz com fotos dos três adolescentes israelenses em falta, temidos raptadas na Cisjordânia em 12 de junho
Foto: Oded Balilty / AP
30 de junho - Milicianos palestinos dispararam no começo da manhã desta segunda-feira 16 foguetes contra o sul de Israel, em uma nova reviravolta a uma escalada que começou com o suposto sequestro de três adolescentes na Cisjordânia.
Foto: Reuters
30 de junho - As forças de segurança israelenses encontraram nesta segunda-feira os corpos de três adolescentes que desapareceram na Cisjordânia no começo do mês e confirmaram que de fato se trata dos estudantes seminaristas procurados desde 12 de junho
Foto: Oded Balilty / AP
01 de julho - Jovem palestino Yussuf Abu Zagher, 18 anos, foi morto pelo Exército israelense, em um ataque contra o campo de refugiados de Jenin, no extremo-norte da Cisjordânia
Foto: Mohammed Ballas / AP
01 de julho - Israel bombardeou dezenas de locais na Faixa de Gaza, atacando alvos do Hamas depois da descoberta dos corpos de três adolescentes cujo sequestro e morte o país atribuiu ao grupo militante palestino
Foto: Nasser Shiyoukhi / AP
01 de julho - Milhares de israelenses participam dos funerais pelos três adolescentes israelenses que foram sequestrados em 12 de junho na Cisjordânia
Foto: Gil Cohen Magen / AFP
02 de julho - Pessoas observam os escombros da casa do palestino Ziad Awad, no sul da Cisjordânia. Israel demoliu a casa do palestino, preso este mês sob a acusação de ter matado à bala um policial israelense à paisana em abril, informou o Exército
Foto: Reuters
03 de julho - Exército israelense confirmou que a Força Aérea atacou posições islamitas em represália ao disparo de cerca de 20 foguetes da Faixa de Gaza
Foto: Mohammed Salem / Reuters
04 de julho - Milhares de pessoas acompanharam a cerimônia entoando hinos e brandindo bandeiras; palestinos e policiais voltaram a entrar em confronto pelo terceiro dia consecutivo. Palestinos enfrentam a polícia israelense em um bairro árabe de Jerusalém
Foto: Baz Ratner / Reuters
07 de julho - Sete combatentes palestinos morreram e dois eram considerados desaparecidos após ataques na aéreos israelenses na madrugada de domingo para segunda-feira na Faixa de Gaza
Foto: Hatem Moussa / AP
08 de julho - Pelo menos 25 palestinos, incluindo crianças, morreram e quase 100 outros ficaram feridos em ataques israelenses contra a Faixa de Gaza, executados em resposta aos disparos de foguetes, de acordo com o serviço de emergência palestino.