Novas estações de metrô de Roma exibem tesouros antigos após anos de atrasos
Depois de anos de atrasos e custos crescentes, Roma inaugurou duas novas estações de metrô nesta terça-feira, incluindo uma perto do Coliseu, com a exibição de descobertas arqueológicas que podem se tornar atrações turísticas por si só.
A linha C do metrô sem condutor agora se estende dos subúrbios do leste da capital italiana até Porta Metronia e o Coliseu, ampliando seu alcance até o centro histórico da cidade.
Planos para o futuro a levarão ainda mais fundo, sob o coração barroco de Roma, sob o rio Tibre e até o Vaticano, embora a próxima parada na Piazza Venezia não deva ser inaugurada antes de 2032.
Escavações para as novas estações revelaram descobertas notáveis, que atrasaram o trabalho, dada a necessidade de os arqueólogos preservarem meticulosamente camadas da Roma antiga que eles não sabiam que estavam lá.
Na Porta Metronia, sondas de perfuração descobriram um quartel militar de 2.000 anos atrás, além de uma casa residencial completa, com cômodos decorados com afrescos e mosaicos, que estão preservados em um museu dentro da estação.
Durante as escavações do Coliseu, trabalhadores descobriram 28 poços antigos e centenas de artefatos do cotidiano, incluindo grampos de cabelo, lâmpadas de óleo em formato fálico, tubos de irrigação, facas e estátuas, muitos dos quais em exposição.
"Essas duas estações viajarão pelo mundo", disse o ministro dos Transportes, Matteo Salvini, nesta terça-feira, prevendo que logo devem inundar as redes sociais.
"Além de servir aos passageiros e aos romanos, qualquer pessoa que venha da Itália ou do exterior fará uma parada nessas estações. Eles podem pegar o metrô mesmo que não precisem dele, apenas para aproveitar o passeio", acrescentou.
ATRASOS E CUSTOS
O metrô C de Roma deveria ligar as duas principais basílicas da cidade até o ano 2000. Em vez disso, a linha só chegou à imponente Basílica de San Giovanni em 2018, e a estação do Vaticano, perto da Basílica de São Pedro, não estará pronta por pelo menos mais uma década.
O plano inicial de construir 24 estações até o Coliseu foi orçado em 2,23 bilhões de euros (US$2,63 bilhões), mas os custos passaram de 3 bilhões de euros e a linha inteira pode ultrapassar os 6 bilhões quando as sete estações finais forem concluídas.
Segundo engenheiros, Roma está entre as cidades mais desafiadoras do mundo para a construção de metrô, devido a sítios arqueológicos enterrados que exigem proteção e preocupações de que as vibrações possam danificar o patrimônio acima do solo.
Na próxima parada, na Piazza Venezia, uma equipe de construção está escavando um anel de 85m de profundidade ao redor do local, que será preenchido com concreto reforçado para proteger os seis andares subterrâneos da estação que estão sendo escavados.
O prefeito de Roma, Roberto Gualtieri, disse que o esforço valeu a pena.
"Sem essas grandes obras, nunca teríamos descoberto o quartel em Porta Metronia, nunca teríamos encontrado esses poços e hoje saberíamos muito menos sobre nosso extraordinário passado", disse.
O Metrô C deve transportar 600.000 passageiros por dia, aliviando o notório tráfego de Roma e acelerando o deslocamento dos turistas entre os principais pontos turísticos.