Negociações para formar novo governo na Alemanha avançam
Merkel quer montar "grande coalizão" com sociais-democratas
Última chance para a Alemanha ter um novo governo, as negociações entre a conservadora União Democrata-Cristã (CDU), legenda da chanceler Angela Merkel, com o Partido Social-Democrata (SPD), de centro-esquerda, avançaram.
Após o terceiro dia seguido de reuniões, nesta terça-feira (9), em Berlim, os negociadores do SPD disseram que as tratativas ocorrem em um clima "construtivo", embora tenham criticado vazamentos à imprensa sobre os pontos já acertados.
Um deles diz respeito à renúncia da CDU ao objetivo de reduzir as emissões de CO2 em 40% até 2020, um dos itens que impossibilitaram um acordo entre Merkel e o Partido Democrático-Liberal (FDP), de centro-direita.
As negociações são feitas por grupos de trabalho criado pelas duas legendas e devem ser concluídas até a noite da próxima quinta-feira (11). Em seguida, o acordo será submetido às lideranças e aos filiados de CDU e SPD.
Merkel venceu as eleições de setembro passado, mas não conseguiu maioria absoluta no Parlamento, já que a CDU teve apenas 30% dos votos. Inicialmente, ela tentou formar uma coalizão com o FDP e os Verdes, mas as negociações fracassaram, principalmente por divergências sobre políticas migratórias e ambientais.
Por conta disso, Merkel teve de recorrer aos sociais-democratas, que rechaçavam a ideia de repetir a aliança que governou a Alemanha entre 2013 e 2017. CDU e SPD são os dois maiores partidos do país, porém os anos de "Grosse Koalition" ("grande coalizão", em tradução livre) derrubaram a popularidade da legenda progressista.
Se as duas siglas não se acertarem, a Alemanha terá de voltar às urnas, criando um cenário de instabilidade no país.