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Ministro da Defesa adverte chefe do Exército enquanto cresce pressão global sobre Israel

Depois de fontes próximas afirmarem que o chefe do Estado-Maior do Exército de Israel, Eyal Zamir, estaria se opondo ao plano do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, de ocupar totalmente a Faixa de Gaza, o ministro da Defesa, Israel Katz, veio a público advertir o comandante. Disse que Zamir tem o direito de expressar a sua opinião, mas que deverá "executar com determinação" as decisões políticas do governo. Na França, pesquisadores apelam para ação urgente de Emmanuel Macron contra Israel.

6 ago 2025 - 08h42
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Depois de fontes próximas afirmarem que o chefe do Estado-Maior do Exército de Israel, Eyal Zamir, estaria se opondo ao plano do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, de ocupar totalmente a Faixa de Gaza, o ministro da Defesa, Israel Katz, veio a público advertir o comandante. Disse que Zamir tem o direito de expressar a sua opinião, mas que deverá "executar com determinação" as decisões políticas do governo. Na França, pesquisadores apelam para ação urgente de Emmanuel Macron contra Israel. 

O primeiro-ministro israelense, Benyamin Netanyahu, insiste em uma ocupação total de Gaza e enfrenta oposição dentro do Exército. (Imagem ilustrativa de 5 de julho)
O primeiro-ministro israelense, Benyamin Netanyahu, insiste em uma ocupação total de Gaza e enfrenta oposição dentro do Exército. (Imagem ilustrativa de 5 de julho)
Foto: AFP - JACK GUEZ / RFI

Benjamin Netanyahu deve anunciar em breve uma nova fase das operações no território palestino, mas as atenções esta semana se voltaram para a oposição do chefe do Estado-Maior, o tenente-general Eyal Zamir, à ocupação total da Faixa de Gaza. Ele teme que este projeto coloque em risco os reféns e os soldados.

Ao repreender o tenente-geral, o ministro da Defesa, Israel Katz, publicou no X:

"É direito e dever do chefe do Estado-Maior expressar sua posição nos fóruns apropriados. Mas, após as decisões serem tomadas pelo escalão político, o Exército as executará com determinação e profissionalismo (...) até que os objetivos da guerra sejam alcançados".

Na terça-feira (5), o primeiro-ministro realizou uma reunião restrita de segurança de quase três horas, durante a qual "o chefe do Estado-Maior do Exército lhe apresentou as opções para a continuação das operações em Gaza". Segundo a imprensa, ele vai reunir seu gabinete de segurança na quinta-feira (7) para tomar as decisões finais.

Citando autoridades sob anonimato, os veículos de imprensa são unânimes em prever uma nova escalada das operações em Gaza, inclusive em áreas onde podem estar os reféns e com alta concentração de civis.

Tensões

Segundo o jornal Maariv, o chefe do Estado-Maior apresentou na terça-feira "várias opções para ampliar gradualmente a guerra em Gaza". Mas a reunião "ocorreu em um contexto de tensões persistentes entre o gabinete de segurança e os altos responsáveis militares".

O general Zamir "advertiu que uma decisão de intensificar os combates poderia levar à morte dos reféns ainda vivos", e teria reiterado "sua oposição à decisão de conquistar totalmente a Faixa de Gaza".

Uma ocupação total de Gaza seria uma "armadilha", alertou ele, segundo o canal público Kan 11.

Uma publicação na rede X feita na terça-feira pelo filho de Netanyahu também alimentou a controvérsia: "Isso é uma rebelião e uma tentativa de golpe militar (...) E é completamente criminoso", comentou Yair Netanyahu.

Ocupação insustentável

Segundo fontes, os altos escalões do Exército israelense acreditam que a ocupação de Gaza seria insustentável. Em um território totalmente devastado, com uma população arrasada pela fome, seriam necessários centenas de soldados e imensa gestão logística para administrar a região. As tropas estão esgotadas, física e moralmente. Reservistas dizem que não querem mais voltar ao front e generais ameaçam pedir demissão. Assim, de acordo com especialistas, a insistência de Benjamin Netanyahu só se justifica diante da sua sobrevivência política, que não resistiria a qualquer tipo de acordo. A perda do poder abriria caminho para todos os processos dos quais a sua imunidade o protege, além de ataques contra o Hezbollah, Irã e Síria.

Na França, historiadores pedem ação do governo

Nesta quarta-feira (6), os historiadores Elie Barnavi e Vincent Lemire publicaram um artigo no jornal Le Monde em que elogiam a decisão de Emmanuel Macron de reconhecer o Estado da Palestina, mas alertam que é preciso ir além das palavras e adotar medidas concretas diante da tragédia em curso.

Os autores alertam que os palestinos de Gaza e os reféns israelenses não têm acesso à imprensa internacional e desconhecem os gestos diplomáticos. Assim, o texto faz um apelo urgente ao governo francês, denunciando a passividade da comunidade internacional, especialmente da União Europeia, diante do que consideram uma estratégia genocida conduzida pelo governo israelense. Os autores insistem que a França deve assumir uma liderança moral e política, impondo sanções ao governo israelense e pressionando por um cessar-fogo imediato.

Eles concluem que a diplomacia tradicional falhou e que é preciso coragem para romper com a inércia. A França, segundo eles, tem o dever histórico de agir com firmeza para proteger vidas humanas e restaurar a dignidade dos povos envolvidos.

(Com AFP e agências)

RFI A RFI é uma rádio francesa e agência de notícias que transmite para o mundo todo em francês e em outros 15 idiomas.
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