Militares prendem presidente de Honduras
Militares de Honduras prenderam o presidente do país, Manuel Zelaya, neste domingo, informou seu secretário pessoal, Eduardo Enrique Reina. A casa de Zelaya foi cercada por soldados. Cortes de luz foram registrados em diversos pontos do país.
Reina disse à imprensa local que, "com muita preocupação, a Guarda de Honra informou que o presidente foi detido pelos militares e levado a (instalações da) Força Aérea". Além de pedir ao povo e aos políticos hondurenhos que se "manifestem em defesa da democracia", o secretário afirmou que o caso "já foi denunciado à comunidade internacional".
Zelaya foi detido por militares entre 5h e 6h (8h e 9h de Brasília). No momento da prisão, ele estava no palácio presidencial, que permanece cercado por cerca de 300 soldados. A detenção do chefe de Estado aconteceu aproximadamente duas horas antes do início da "consulta popular" convocada por Zelaya para votar uma reforma constitucional, declarada ilegal por órgãos como o Parlamento e a Suprema Corte.
O presidente de Honduras pode ter sido tirado do país pelos militares, afirmaram fontes ligadas à família do chefe de Estado, que se referiram à situação como um "autêntico golpe de Estado". As fontes, que pediram para não serem identificadas, disseram que Zelaya e sua família foram tirados algemados da sede da Presidência pelos militares que invadiram o local.
Pouco mais de uma hora depois da detenção de Zelaya, por volta das 7h (10h de Brasília), a transmissão das rádios foi interrompida por instantes, mas voltou ao normal após alguns minutos. Os meios de comunicação estão pedindo à população que fique em casa e aguarde um comunicado oficial de uma autoridade não especificada.
A recusa das Forças Armadas em colaborar com o presidente na consulta mantinha o país numa situação de crise política há alguns dias. Na quarta-feira, Zelaya destituiu o chefe das Forças Armadas hondurenhas, Romeo Vásquez. Dois dias depois, o presidente disse que Vásquez continuava no cargo e que apenas havia anunciado a destituição do oficial, não chegando a executá-la.
Com infomações da AFP.