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Líderes mundiais criticam sobretaxa ao aço imposta por Trump

Medida do presidente dos EUA pode gerar uma 'guerra comercial'

9 mar 2018 - 13h39
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As principais economias do mundo criticaram a medida aprovada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de sobretaxar a importação de alumínio e aço em 10% e 25%, respectivamente, e pediram a retirada das tarifas.

    Países como Alemanha, Brasil, China, França, México rejeitaram a decisão pelo grave impacto que terá no mercado internacional.

    Além disso, o republicano foi acusado de protecionismo.

    De acordo com o porta-voz da chanceler alemã, Angela Merkel, as tarifas são "ilegais". "As medidas anunciadas não têm nada a ver com a segurança do país, servem de interesses econômicos e não são conciliáveis com as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC)", acrescentou.

    Segundo a ministra da Economia alemã, Brigitte Zypries, Trump está isolando seu país. "Este é um protecionismo que ofende parceiros próximos, como a União Europeia e a Alemanha, e limita o livre comércio".

    "Estamos firmemente ao lado de nossas empresas e seus funcionários. Trabalhamos em contato com a Comissão para responder de forma deliberada, mas clara" às tarifas ao aço e ao alumínio", acrescentou.

    Já o governo brasileiro afirmou que a medida "vai causar graves prejuízos" ao país terá impactos "nas relações comerciais e de investimentos entre as duas nações".

    Em nota conjunta assinada pelos ministros Marcos Jorge (Indústria e Comércio) e Aloysio Nunes (Relações Exteriores), o governo disse que "buscou, em sucessivas gestões, evitar a aplicação das medidas às exportações brasileiras, esclarecendo ao governo americano que os produtos do Brasil não causam ameaça aos interesses comerciais ou de segurança dos EUA".

    Ao todo, 32% do aço exportado pela indústria nacional têm como destino o mercado norte-americano, fazendo do Brasil o segundo maior exportador do produto para os EUA, ficando atrás apenas do Canadá. O ministro francês da Economia, Bruno Le Maire, disse que a França "deplora" a decisão de Trump e a reação "só pode ser coletiva a nível europeu se quisermos que ela seja efetiva".

    "Uma guerra comercial entre os Estados Unidos e o resto do mundo só irá causar perdedores", advertiu. Para a Eurofer, a organização que reúne produtores de aço europeus, os motivos de Trump são "um absurdo". O diretor Axel Eggert,disse que "no ano passado, a União Europeia exportou 5,5 milhões de toneladas de aço para os Estados Unidos". A redução do acesso ao mercado é "prejudicial e contraproducente tanto para os EUA quanto para a UE" Na Ásia, as reações são do mesmo teor. O Ministério do Comércio chinês reiterou que "se opõe resolutamente" às tarifas de importação e pediu que sejam canceladas "o mais rápido possível". A China, por sua vez, afirmou que Trump quer "defender seus direitos e interesses legítimos com a resolução". O governo chinês ainda pediu que essas novas tarifas sejam retiradas "o mais rápido possível".

    A Associação da Indústria de Metais Não-Ferrosos da China convidou Pequim a tomar medidas decisivas sobre a importação de carvão, de alumínio, produtos agrícolas e produtos de consumo.

    A Coréia do Sul também lamentou fortemente a decisão. O ministro do Comércio, Paik Un-gyu, em uma reunião com representantes de siderúrgicas coreanas, disse que as medidas "afetariam seriamente as exportações de Seul para os Estados Unidos". O mercado sul-coreano é o terceiro exportador de aço para os Estados Unidos, com uma fatia de 10% .

    Em Tóquio, o ministro das Relações Exteriores do Japão, Taro Kono, qualificou hoje de "lamentáveis" essas medidas tarifárias e advertiu que "podem afetar a cooperação econômica entre Japão e EUA". Ele disse que seu país "responderá adequadamente depois de examinar os efeitos do decreto sobre as empresas japonesas".

    Entretanto, o México, reforçou que a negociação do Tratado de Livre Comércio para a América Norte (Nafta) será mantida "independentemente a esta ou qualquer medida de política interna tomada pelo governo dos EUA ".

    O único governo a aplaudir a medida foi o canadense, mas acredita que "há mais trabalho para fazer".

    Ontem (8), Trump assinou o decreto que sobretaxa a importação de alumínio e aço em 10% e 25%, respectivamente, uma medida que pode desencadear uma guerra comercial no planeta.

    Em seu pronunciamento na Casa Branca, o republicano afirmou que a ação tem como objetivo interromper um "assalto aos EUA" e prometeu adotar um programa de reciprocidade contra nações que sobretaxam produtos norte-americanos, citando nominalmente China e Índia - a primeira é a maior produtora mundial dos dois minérios. .

Ansa - Brasil   
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